Por Daniel Bastos
Uma das mais populares especialidades da doçaria portuguesa, os pastéis de nata, também muito conhecido por pastéis de Belém, um verdadeiro símbolo nacional aquém e além fonteiras, encontram-se fortemente implantados no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.
Muitas são as pastelarias lusas disseminadas pela geografia da diáspora que ao longo das últimas décadas têm ampliado o sabor inconfundível do mais internacional bolo português, e que através do mesmo têm gerado uma das suas mais importantes fontes de receitas.
Em vários países europeus, que acolhem emigrantes portugueses, facilmente se encontram pastelarias onde se pode saborear a especialidade mais prestigiada da doçaria nacional. Em França, o país do mundo com o maior número de portugueses emigrados, a “Pastelaria Belém”, a “Comme à Lisbonne” ou a “Canelas”, são conhecidos espaços onde se pode comer pastéis de nata em Paris.
Na rota do pastel de nata, entre os portugueses emigrados na Europa, encontram-se também, por exemplo, a “Pasteleria Lisboa”, na capital espanhola; a “Lisboa Patisserie”, na capital inglesa; a “Pâtisserie Garcia”, na capital belga; a “Pastel de Nata”, na capital norueguesa; a “Pastelaria A Galão”, na capital alemã; ou a “Nata Lisboa”, na capital austríaca.
O cenário de diversidade e qualidade deste genuíno cartão-de-visita da doçaria nacional nas comunidades lusas fora da Europa é idêntico. Desde a América do Norte, onde no Canadá, em Toronto, por exemplo, encontramos a “Nova Era Bakery” a “Caldense Bakery & Pastries” ou “Doce Minho Pastry And Bakery”; e nos Estados Unidos, a “Taunton Ave Bakery”, em East Providence, o “Portuguese Tasty Desserts” na Califórnia, a “Tia Maria’s European Cafe, em New Bedford, ou a “Jordan’s Bakery”, no Ironbound. Até ao maior país sul-americano, mormente no Brasil, onde a “Casa Mathilde” em São Paulo, ou a “Casa das Natas Copacabana”, no Rio de Janeiro, são pontos afamados para degustar uma das maravilhas da doçaria portuguesa.
Nesta esteira, encontramos também, por exemplo, a “Lord Stow’s Bakery”, em Macau, na China; o “Nata de Cristiano’s” em Tóquio, no Japão; o “Café Contienental”, em Moçambique; a “Sweet Belem Cake Boutique”, em Sydney, na Austrália; ou o “Nattas”, no Dubai.
Como destaca, o mestrando Chak Hoi Tong, na tese Pastel de Nata – Marco da Gastronomia de Macau, o “pastel é sem dúvida em Portugal um símbolo nacional, motivo de orgulho e representação da cultura portuguesa”, e encontra-se profusamente presente na geografia múltipla dos destinos dos emigrantes portugueses.
Por Daniel Bastos
Escritor português
1 comentário em “O pastel de nata na geografia múltipla dos destinos dos emigrantes portugueses”
Como um ‘natólogo’, permita-me adicionar que os pastéis de nata na CADEG (em especial o do Cantinho das Concertinhas) e o da Padaria Rio-Lisboa no Leblon são os mais próximos que se pode encontrar dos originais no Rio de Janeiro.
Acrescento também uma menção honrosa aos ‘stands’ Delícias Portuguesas em diversos sítios pela cidade que são de boa qualidade.