As últimas décadas têm sido marcadas, no seio das comunidades portuguesas espalhadas pelos quatro cantos do mundo, pela consolidação e surgimento de um conjunto variado de órgãos de informação lusófonos.
Nos formatos de jornal, revista, rádio, televisão ou mais recentemente portal de informação, o aparecimento ou reafirmação destes projetos de comunicação social são simultaneamente um sinal evidente do dinamismo das comunidades portuguesas, assim como do papel fundamental que os órgãos de informação desempenham na sociedade contemporânea ao nível dos modos de vida, dos valores, das opiniões e da visão do mundo que partilhamos.
Não deixa igualmente, no caso da imprensa de língua portuguesa no mundo, de ser um evidente reflexo dos elevados números da emigração lusitana, que fruto da falta de oportunidades de emprego leva a que ciclicamente milhares encontrem fora de Portugal a oportunidade que o país lhes negou.
É neste cenário de geografia global que a imprensa lusófona num mundo em crescente mobilidade desempenha um papel insubstituível e incontornável na promoção da língua, da cultura e da economia nacional no estrangeiro, assim como do pulsar da vida das sociedades em que está inserida.
Com incontáveis dificuldades, várias vezes sem o devido reconhecimento do poder político das pátrias de origem ou de acolhimento, e na maior parte dos casos sobrevivendo graças ao espírito de carolice dos seus diretores, colaboradores, leitores e empresários mecenas, com mais ou menos dificuldades expostas pelas crises económicas, a tudo isto a imprensa lusófona vai resistindo e renovando-se dando um exemplo, genuíno de altruísmo e serviço em prol de uma informação de proximidade que constrói pontes entre povos, dilui a saudade e a distância, fortalece a identidade cultural e projeta Portugal no Mundo.
Por Daniel Bastos
Historiador português, autor de “Gérald Bloncourt – O olhar de compromisso com os filhos dos Grandes Descobridores”.