Da Redação
O Ministro português da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, congratulou-se com a atribuição dos Prêmios Europa Nostra deste ano à reabilitação da Torre dos Clérigos, na categoria de Conservação, e ao Mestrado em Análise Estrutural de Monumentos e Construções Históricas, lecionado no Campus de Guimarães da Universidade do Minho, na categoria de Educação e Formação.
Os projetos portugueses na área do patrimônio têm sido distinguidos internacionalmente, num reconhecimento da qualidade do trabalho realizado, dos técnicos envolvidos e do seu contributo para a qualificação das comunidades, segundo divulgou o governo.
O Ministro felicitou o Padre Américo Aguiar, presidente da Irmandade dos Clérigos, e o João Carlos Santos, subdiretor-geral do Patrimônio Cultural e autor do projeto de reabilitação da Torre dos Clérigos.
O trabalho desenvolvido foi “exemplar” também em termos de colaboração entre o Estado, a Câmara Municipal do Porto, a Igreja e a sociedade civil, tendo já sido galardoado com o Prêmio Vilalva, em 2016.
Também a Universidade do Minho foi parabenizada, por liderar um mestrado “único”, em colaboração com outras instituições europeias, que credencia profissionais de todo o mundo.
“Os Prêmios Europa Nostra são a mais importante distinção atribuída no âmbito da conservação do patrimônio, e uma valorização da herança multicultural europeia, alicerce para um crescimento sustentado, apoiado nos valores da tolerância e da inclusão” divulgou em nota o Ministério da Cultura.
Ao todo, 29 projetos de 18 países foram distinguidos de um total de 202 candidaturas, oriundas de 39 territórios.
Irmandade
O presidente da Irmandade dos Clérigos está orgulhoso do prêmio atribuído à reabilitação da Torre dos Clérigos e igreja anexa, dedicando-o a todos os trabalhadores envolvidos na obra. “Esta notícia enche de orgulho e alegria [a Irmandade], mas principalmente todos aqueles que durante a empreitada, a aventura, ali trabalharam, que foram pessoas empenhadíssimas”, afirmou à agência Lusa o padre Américo Aguiar, para quem este galardão é “a cereja no topo do bolo”.
Segundo o responsável dos Clérigos, “a sorte do arquitecto Nicolau Nasoni no século XVIII foi a de encontrar profissionais capazes de transformar o seu desenho em obra prima” e agora também a Irmandade “teve novamente profissionais capazes de devolver o edificado à cidade e ao mundo, que é hoje o ex-líbris do Porto e que enche de orgulho”.
Considerando que se a empreitada decorreu “no tempo certo”, coincidindo com o fato de a cidade ser agora turística – “um Porto de braços abertos ao mundo inteiro” -, Américo Aguiar congratula-se com a possibilidade que a Irmandade tem em “fazer a partilha” das receitas provenientes das visitas ao complexo arquitetônico com quem mais precisa.
O investimento feito já foi recuperado. De 100 mil visitantes em meados de 2011, eles passaram para os 500 mil em 2015 e chegaram aos 625 mil em 2016.