O Gato e o Rato
Um encontro que se presumia bastante disputado acabou surpreendendo pela facilidade da Seleção Alemã em criar situações de gol, haja vista a postura do time em campo resultando numa tática de jogo notória, em termos produtivos, calcada num emocional plenamente sob controle, proporcionando uma disputa de autêntico jogo de “o gato e o rato”, tal a disposição de todo o seu conjunto.
Já, quanto à Seleção Portuguesa acabou por surpreender logo antes do início da partida em face da formação do time colocado em campo por Paulo Bento haja vista que não soube escolher a melhor formação dentro do grupo de selecionados de que dispõe. Como colocar em campo o Hugo de Almeida, um jogador limitadíssimo, tecnicamente falando, que decerto não teria lugar em nenhuma outra Seleção do mundo inteiro e, por isso um jogador não selecionável, tratando-se de um elemento inútil dentro do conjunto e que, para piorar, briga com a bola demonstrando não ter intimidade alguma com ela, isso lá na frente.
Para complicar, lá atrás, colocou o jogador Pepe que embora se reconheça nele grande qualidade técnica, é useiro e vezeiro em pecar pela falta de equilíbrio emocional, agredindo fisicamente o adversário, provocando a sua expulsão e, consequentemente, prejudicando o grupo ao deixá-lo em inferioridade numérica em campo, num momento em que a reação ainda seria possível, apesar de estar em desvantagem de 0 x 2 no placar. Nessa altura, tudo foi por água abaixo.
Tudo isso aliado ao pressuposto dia mais negativo da vida profissional do Rui Patrício, sendo ele um goleiro de qualidade insofismável, haja vista que as coisas não poderiam ter sido mais ruins para ele que, quiçá, terá causado um dos lances mais caricatos, se não o maior, de todos os Mundiais, que só não resultou no 1º gol do adversário em face do fator sorte.
De Cristiano Ronaldo apenas se pode dizer que, se 90 minutos não são suficientes para lhe passarem a bola com qualidade para lhe proporcionar as necessárias chances de finalização, ele não pode fazer gols e, muito menos, golpes de mágica ou milagres.
Como agravante, deu para perceber a ausência de organização tática do time, aliada à falta de maior empenho na base da raça. Assim, o comandante, Paulo Bento, precisa de estabelecer uma organização tática capaz em campo, onde a marcação seja feita com empenho e disciplina por parte de todos os jogadores, sendo que precisa de colocar em campo o melhor conjunto possível, senão “a vaca vai pró brejo”, irremediavelmente.
Um técnico que deixa no banco jogadores como, por exemplo, o Hélder Postiga em favor de um Hugo de Almeida, decerto que fica querendo comprometer a possibilidade da obtenção de melhores resultados por parte do time que comanda, o que, no caso, é coisa muito relevante visto tratar-se da Seleção Nacional.
Obviamente que, para obter a qualificação para a fase seguinte, restará ganhar os dois jogos restantes, feito esse que está plenamente ao alcance da Seleção Nacional. De outra forma, Portugal sairá melancolicamente, ainda nesta fase inicial do Mundial de 2014, sem apelo nem agravo.
Por fim, há que ser considerado como uma grande perda a saída de Coentrão, haja vista tratar-se de um dos melhores jogadores da “Seleção das Quinas” e que, portanto, a sua ausência será muito sentida, infelizmente.
Enfim, tratou-se de um jogo atípico, onde tudo deu errado para a CR7 & Cia., em que também a arbitragem foi tendenciosa em favor da Seleção Alemã, tendo sido altamente decepcionante cair por um placard de 0 x 4, visto que, afinal, foi o pior resultado da Seleção Nacional nos Mundiais que já disputou, sendo este o 6º.
Por Gaspar Nunes
Rio de Janeiro, 16/06/2014