O futuro da comunicação social foi tema principal do fórum realizado em Lisboa

Jornal Mundo Lusíada foi o veículo de São Paulo convidado em representação da maior população de língua portuguesa do mundo.

 

Entre os jornalistas participantes do fórum em Oeiras, Lisboa, está o editor do Mundo Lusíada, Odair Sene.

 

Por Odair Sene
De Oeiras para Mundo Lusíada 

A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, representada pelo secretário José Cesário, e o Observatório dos Luso-descendentes, representado pela presidente Emmanuelle Afonso, realizaram entre os dias 2, 3 e 4, em Oeiras, Portugal, o “Fórum dos Media das Comunidades Portuguesas 2012”.

O encontro serviu para aproximar editores de vários formatos de mídia como impressos, rádios e televisões, com presenças, na grande maioria, de editores dos respectivos veículos.

O programa, que incluiu visita às instalações da RTP, à biblioteca municipal e à Câmara Municipal de Oeiras, teve como desfecho o lançamento de uma plataforma digital com total automação dos medias e sem mediação ou intervenção do governo português, onde se pretende enriquecer o conteúdo de todos em prol de todos, numa troca de informações e conteúdos que deverá, se bem trabalhada e assimilada pelos veículos, servir como uma espécie de agência distribuidora de conteúdos praticamente global, já que terá assuntos dos mais diversos produzidos por jornalistas de vários países, e podendo ser utilizado por todos os demais inscritos na tal plataforma, que não deverá ser totalmente aberta ao público em geral, mas sim com incumbência específica de “alimentar” os veículos cadastrados que poderão utilizar conteúdos protegidos por direitos, os quais incluem: áudio, vídeo, fotos e textos disponibilizados pelos órgãos de comunicação inseridos na plataforma e melhor em língua portuguesa.

O ponto alto do encontro aconteceu no sábado, dia 3 de novembro na biblioteca municipal de Oeiras com abertura, apresentação de cada um dos presentes e de seus veículos, trabalhos em grupo, apresentação dos trabalhos, debates e conclusões.

A presidente do Observatório, Emanuelle Afonso, presidiu de forma neutra a discussão durante o fórum. “Tentamos facilitar ao máximo, tanto a organização como o debate em que as ideias foram fluindo transparente e democraticamente, para chegar às conclusões dos órgãos para os órgãos das comunidades para Portugal e Portugal para as comunidades”, disse ela ao Mundo Lusíada referindo ainda que não é fácil se chegar a um consenso, mas achou produtivo o encontro como um todo. “Essa plataforma é que vai realmente conseguir juntar os órgãos de vários continentes. Conseguimos reunir representantes de todos os continentes e todos os órgãos de comunicação social, desde a escrita, até televisão. Portanto não se esqueceu ninguém”, concluiu.

RTP quer comunidades como prioridade

Nas instalações da RTP, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, Feliciano Barreiras Duarte, Secretário de Estado do Ministro Adjunto dos Assuntos Parlamentares, e a presidente do Observatório Luso-Descendente Emmanuelle Afonso estiveram presentes na rápida visita em que o presidente do Conselho de Administração da RTP, Alberto Ponte, falou com os jornalistas da diáspora.

Os estúdios que os jornalistas puderam conhecer da RTP produz 47 programas para a emissora incluindo os programas internacionais, segundo o presidente do Conselho, que foi o anfitrião deste encontro. “Foi um prazer receber estes nossos amigos, alguns compatriotas, e representantes do Governo estiveram cá. Uma das missões do serviço público, neste momento que estamos a passar, é estar ligando Portugal com as comunidades portuguesas e as comunidades com Portugal. Uma das maneiras de saber o que são as comunidades portuguesas, falando em linguagem de negócios e qual é nosso grupo alvo lá fora, temos que escutar, conhecer as realidades”, diz Alberto Pontes, mencionando que seja 5 milhões ou não, “somos muitos e muito bons”.

Ele apresentou as potencialidades da emissora e seus passos futuros, mas principalmente teve pretensão de escutar os jornalistas que lá estiveram sobre os portugueses residentes fora de Portugal. “A nossa comunidade internacional, os portugueses lá fora inseridos em termos de televisão, pela RTP, RDP Internacional, têm que ser uma prioridade do serviço público português neste momento, porque as prioridades de Portugal em 2005 não são as mesmas que em 2012, e temos que viver em função dos tempos que correm. Temos que dar todos a mão, porque somos todos portugueses”, disse Alberto Ponte.

Oeiras é a terceira economia de Portugal

O vice-presidente da Câmara de Oeiras, Paulo Vistas, comentou sobre o consenso para a realização do evento na cidade. Segundo ele, Oeiras tem hoje uma imagem privilegiada a nível nacional, com o segundo ou terceiro conselho a nível nacional superado por Lisboa, capital, e pelo Porto. “Oeiras é dos conselhos que mais riqueza gera, em termos das riquezas geradas pelas famílias e empresas. Tem no seu território fixada cerca de 80% do tecido empresarial de bases ecológicas, chamadas empresas das tecnologias de informação e das biotecnologias. Hoje Oeiras é também um dos principais conselhos onde se faz investigação cientifica, através de diversos institutos”, disse citando entre eles o Instituto do Café, que produz conhecimento e tecnologia para tratar pragas, e que recebe a planta de todos os países produtores de café.

Oeiras está localizado à beira do Rio Tejo, uma localização privilegiada numa “área aprazível” defende Vistas, explicando a escolha do governo em sediar o fórum e receber jornalistas de vários países da diáspora.

No último dia, os jornalistas puderam participar de um “city tour” pelos principais pontos do município. Um dos locais visitados foi uma vinícola do tempo do Marques de Pombal. “Aquele processo produtivo do vinho é um patrimônio dessa região, mas também do nosso país. O nosso trabalho tem sido reconhecido e esperamos que com essa vossa visita também nos ajude a divulgar esse patrimônio que é o Vinho Carcavelos”.

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