O agitado mês de junho na Casa de Portugal de Campinas com festas o mês todo

Por Vanessa Sene

A Casa de Portugal de Campinas promoveu a sua Semana Cultural, com diversas iniciativas na entidade. Entre elas, exposições, cursos de culinária e apresentações folclóricas. Uma maneira de “divulgar Portugal dentro de Campinas”, diz o presidente da casa, José dos Santos Antonio.
No dia 3, aconteceu a abertura oficial da 24ª Semana Cultural Portuguesa que foi instituída pelo vereador Romeu Santini (in memória) e faz parte do calendário cultural de Campinas. Um dos sucessos foi a “Noite de Queijos e Vinhos”, e outro foi um pequeno curso de culinária portuguesa, ministrada pela Isabel Santos, que recebeu 200 pessoas. O ingresso foi uma lata de leite em pó para ser doado a instituições carentes. “É um grande gesto da minha esposa, que além de ensinar a culinária portuguesa, depois ajudamos quem necessita”, contou Jota Santos.
O encerramento aconteceu próximo a Estátua de Camões, no Largo de Camões, que vem sendo alvo de críticas da comunidade. “O espaço não é cuidado pela prefeitura, está totalmente abandonado na praça, deveriam cuidar mais do patrimônio público”, diz o presidente da entidade.
O ato cívico que encerrou a Semana Cultural contou com apresentação de coral, do Rancho Folclórico da Casa de Portugal de Campinas e uma missa, em comemoração ao 10 de Junho. Ao fim, a Real Sociedade Portuguesa de Beneficência ofereceu um porto de honra e pasteis de nata.
“A adesão foi fantástica, já são 24 anos de Semana Cultura Portuguesa ininterruptos. Só algumas coisas não temos, por exemplo tínhamos hábito de dar um título de cidadão campineiro a uma pessoa que se destacasse na sociedade portuguesa, como já praticamente demos a todo mundo, esse ano não teve”.

Mês junino

Em meio a programação, começaram também as Festas Juninas promovidas anualmente na casa, com folclore e muita comida típica. Cerca de 2 mil pessoas passam pela casa nos finais de semana de festa, já tradicional na cidade. As festas acontecem todos os sábados, até 6 de julho, oferecendo sardinhas assadas, caldo verde, cuscuz, vinho verde, quentão, pipoca, cachorro quente e muito mais.
No dia 08, a festa junina lotou os dois salões de festas disponíveis na casa, o público aproveitou as comidas da culinária brasileira e portuguesa, e o folclore do Grupo Folclórico da Casa de Portugal de São Paulo. “Todo final de semana é assim, nós começamos dia 01 com a casa super abarrotada, hoje a mesma coisa e vai até 6 de julho desse jeito” diz Jota Santos, que em todos os sábados recebe um rancho folclórico diferente para participar da festa.
Segundo ele, um dos objetivos da gestão é buscar trazer sempre um público brasileiro para dentro da comunidade. “No início da minha gestão eu pensava que iria resgatar muitos portugueses que tem por aí que não vinham à Casa de Portugal. Realmente é muito difícil, senti uma dificuldade. Inclusive nessa Semana Cultura tínhamos um campeonato de sueca, eu que pensava em reativar a sueca, simplesmente acabou, ninguém mais se interessa por sueca. E era tradicional, disputa acirrada e troféu”, comentou.
“As tradições portuguesas vão acabando, não temos mais portugueses vindo para o Brasil, e sim fazendo o caminho de volta, então estamos aqui tentando resgatar alguma coisa”, diz ele apostando no público brasileiro. Segundo ele, a receita é fácil. “Casa portuguesa é sinal de fartura, e onde há fartura, a miséria foge. Esse é um grande detalhe da minha gestão”.
Apesar dos apoios para permanecer à frente da casa, J.Santos diz que vai encerrar o mandato e dar espaço para novos nomes. “Sinto que se eu me candidatasse a reeleição, seria reeleito por unanimidade. Eu acho que não devo continuar para vir uma outra pessoa, com novos pensamentos. Se minha gestão foi boa, penso que pode ter alguém com mais capacidade que eu, e que inove mais do que eu inovei”, diz ele se sentindo “realizado” com o que propôs a fazer dentro da cultura e culinária portuguesa.
Durante a semana, também foi aberta uma exposição do artista e escultor português Santos Lopes, nascido na cidade de Abrantes e atualmente residente na cidade de Valinhos, e se propôs a fazer essa mostra para a Semana Cultural. A exposição “Um Olhar por sobre o mar (Homenagem a Fernando Pessoa)” foi prolongada e pode ser conferida até 30 de Junho na casa.

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