Da Redação
Com Lusa
O novo diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), defendeu nesta segunda-feira, na sua tomada de posse, o empenho de todos os estados-membros para que se resolva a situação financeira da organização.
“Vamos trabalhar com todos os estados-membros sobre essa situação, todos têm atravessado uma conjuntura muito difícil, mas acho que havendo empenho poderemos ultrapassar as nossas dificuldades”, afirmou Armindo Brito Fernandes, na cerimônia de tomada de posse.
Para tal, considerou o diplomata são-tomense, “é necessário que o secretariado-executivo disponha de meios e condições para que possa cumprir com as suas funções”.
A falta de pagamento de quotas e o subfinanciamento da organização têm sido alguns dos problemas identificados por responsáveis políticos da CPLP.
Armindo Brito Fernandes defendeu, já depois de ter sido escolhido para o cargo, o alargamento da organização a outros países que não falam o português.
“Os países têm estado a procurar a CPLP, associam-se e estabelecem acordos com a organização. Esses acordos têm muito a ver com a promoção e difusão da língua portuguesa e está-se justamente a estudar a possibilidade de alargar a cooperação com os membros observadores a outros níveis”, disse Armindo Fernandes, à saída de uma audiência com o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus.
Uma audiência na qual admitiu que teve a oportunidade de analisar com o primeiro-ministro do seu país “a situação relativa às contribuições” daquele estado para a organização.
“O nosso país regista um atraso no pagamento das contribuições, com dívidas que vêm de 2017, 2018, 2019 e 2020, mas tive do chefe do Governo a garantia e o empenho total e tenho a certeza de que ele irá fazer tudo para minimizar esta situação”, sublinhou.
Assim, considerou: “O alargamento não é um fim em si próprio, mas nós temos de saber tirar vantagens desse alargamento. Não tem sentido a CPLP dizer hoje que tem 20 ou 25 membros observadores associados se não resulta desse alargamento um aprofundamento da cooperação com esses países”, justificou.
A escolha do novo diretor-geral da CPLP resulta de um concurso lançado pela organização, ao qual concorreram 132 candidatos, segundo a informação disponibilizada pela diplomacia são-tomense.
De uma primeira avaliação, resultou uma ‘short list’ representativa dos países membros, composta de 10 candidatos: Angola – 1 candidato; Brasil – 1 candidato; Cabo Verde – 1 candidato; Portugal/Cabo Verde (dupla-nacionalidade) – 2 candidatos; Guiné Bissau – 1 candidato; Moçambique – 1 candidato; Portugal – 2 candidatos; São Tomé e Príncipe – 1 candidato.
Depois de entrevistas realizadas aos 10 candidatos, foram selecionados como finalistas o diplomata de São Tomé e Príncipe e um candidato de Moçambique, acabando a escolha por recair sobre Armindo Brito Fernandes, 58 anos, licenciado em Direito com uma especialização em Direito Internacional pela Universidade de Kiev, Ucrânia.
Embaixador do quadro da carreira diplomática de São Tomé e Príncipe, Armindo Brito Fernandes exercia desde 2013 funções de coordenação e gestão no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, com responsabilidades na área do Fundo Europeu de Desenvolvimento.
Anteriormente, exerceu funções de secretário-geral e de diretor de Assuntos Políticos e Econômicos Internacionais no mesmo ministério.
Como diplomata, foi embaixador em Angola, encarregado de negócios na Bélgica e chefe da missão diplomática de São Tomé e Príncipe junto da União Europeia.
O Diretor-Geral é o responsável, sob a orientação do Secretário Executivo, pela gestão corrente, planeamento e execução financeira, preparação, coordenação e orientação das reuniões e projetos ativados pelo Secretariado Executivo da CPLP.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.