Da Redação
Com Lusa
A maioria dos nove candidatos que participaram terça-feira à noite no último debate televisivo antes das eleições presidenciais fizeram um balanço positivo, tendo alguns aspirantes a Belém criticado a divisão do tempo e as ideias debatidas.
“Foi um debate no qual tudo fiz para afirmar linhas de diferenciação da minha candidatura daqueles que são os valores e os compromissos que me distinguem como candidato”, disse Edgar Silva, apoiado pelo PCP, à saída do debate.
Marcelo Rebelo de Sousa foi o segundo a deixar a Fundação Champalimaud, onde decorreu o confronto, tendo afirmado aos jornalistas que “o debate foi muito interessante, correu muito bem, foi muito variado, teve temas inesperados, uma grande espontaneidade, genuinidade de intervenção”.
“Gostei imenso”, acrescentou, sublinhando que “foi a democracia que venceu, e venceu muito bem”, refutando assim a ideia de haver vencedores ou vencidos.
O candidato aproveitou para destacar o testemunho de Vitorino Silva, que considerou “muito impressivo”, tendo adiantado que o antigo autarca de Rans aproveitou para lhe perguntar no final “se dava as aulas de pé ou sentado”.
Paulo de Morais considerou o debate esclarecedor, vincando que “os portugueses que assistiram perceberam quem tem ideias, quem não tem ideias”, assim como o que cada candidato “preconiza para a Presidência da República”.
“Da minha parte saio particularmente agradado porque reparo que a meio da campanha eleitoral, um tema que eu introduzi na pré-campanha, que é o combate à corrupção e que é para mim um tema central, já é hoje acompanhado por outros candidatos”, referiu.
Pelo contrário, Henrique Neto considerou que este “foi um debate sem ideias”, e que “houve muitas questiúnculas, muitas quezílias entre os candidatos, coisas do passado”.
O candidato criticou ainda aqueles que considerou “os candidatos do sistema” – Marcelo Rebelo de Sousa, António Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, que não esteve presente – por não “estarem interessados em discutir questões”, afirmando que “têm preferido enrolar”.
Já Jorge Sequeira defendeu que o confronto “correu bem”, tendo conseguido transmitir os seus ideais do “mérito, da cidadania, da não resignação”.
António Sampaio da Nóvoa referiu que “são debates às vezes difíceis de serem esclarecedores porque, por um lado, há pouco confronto de ideias, por outro lado não há muitas vezes o tempo para expor as ideias”.
O antigo reitor defendeu que era necessário “mais tempo para debater as subvenções vitalícias”, prometendo que renunciará a esta prestação se for eleito Presidente da República.
O candidato Vitorino Silva fez um paralelo com a linguagem desportiva e afirmou que “jogou para o empate” e que “o jogo ainda vai a meio”.
O candidato Cândido Ferreira criticou o facto de ter tido oito minutos para falar, considerando que “também aqui houve uma certa discriminação”.
“Não houve debates anteriormente, oito minutos foi muito curto e de facto há um certo desencanto da minha parte”, afirmou, ressalvando que outros candidatos “tiveram 12, 10, 11 minutos”.
A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, defendeu que “todos os debates acrescentam sempre algum esclarecimento” e “deu para notar algumas diferenças entre os candidatos, e isso é importante”.
“Isto não é um desfile, não é uma espécie de percorrer uma passadeira e ter alguém já vitorioso à partida, é um exercício de democracia plena e tem que ter mesmo momentos como este para que nós possamos dizer a toda a gente ao que vimos e o Portugal que queremos”, defendeu.
Segundo divulgou o Diário Económico, porém o debate teve uma audiência média de 564 mil espectadores, abaixo da audiência do jogo entre o Portimonense e o Sporting para a Taça da Liga, as telenovelas da TVI e da SIC.