No Rio, Quinta da Boa Vista é reformada para bicentenário da Independência

O parque da Quinta da Boa Vista, tradicional área de lazer da zona norte da cidade do Rio de Janeiro, está passando por reformas para comemorar os 200 anos da independência do país

Da Redação

Um dos locais mais emblemáticos da história do Brasil, a Quinta da Boa Vista, no bairro imperial de São Cristóvão, iniciou, nesta sexta-feira (13/05), uma grande revitalização da Quinta da Boa Vista, como parte de um conjunto de ações promovidas pela Prefeitura do Rio para a comemoração do Bicentenário da Independência.

Executado pela Secretaria Municipal de Conservação, o projeto vai restaurar monumentos, além de recuperar diversos elementos do parque, como calçadas, quadras esportivas e banheiros, sob um investimento de R$ 14,6 milhões.

“A Quinta da Boa Vista é a mais simbólica de todas as intervenções que vamos fazer para o Bicentenário da Independência. Tem muito tempo que esse parque não passa por uma reforma completa de seus equipamentos históricos, como as esculturas e os portões. Vamos buscar, ao longo dos próximos meses, até o dia 7 de setembro, ter esses espaços plenamente recuperados” disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, acompanhado pela secretária de Conservação, Anna Laura Valente Secco, e pelo subprefeito do Centro, Leonardo Pavão.

As ações de revitalização ocorrem em duas frentes simultâneas: uma voltada para toda a área do parque e outra dedicada exclusivamente aos monumentos. As equipes vão recuperar o gradil que cerca a Quinta da Boa Vista; a pavimentação das vias internas; os meios-fios; as calçadas; as rampas de acessibilidade; duas quadras esportivas e uma em grama sintética; o campo de saibro e os banheiros.

Também serão executadas melhorias no sistema de drenagem, com a limpeza do canal, a implementação de 30 metros de galerias de águas pluviais, 12 caixas de ralo e três poços de visita. Ainda estão previstos no plano de revitalização, o tratamento paisagístico do local, a demarcação de pista de corrida, a instalação de bancos e mesas de concreto, um deck em madeira para pedalinhos, um bicicletário e equipamentos para Academia da Terceira Idade (ATI).

Já o trabalho nos monumentos começa pela Gruta e a Cascata. Também serão restaurados os quatro portões da Quinta da Boa Vista, o Templo de Apolo, o Pagode Chinês, os dólmens de meditação, as esculturas Canto das Sereias e Serpente, o busto de José Bonifácio, a estátua de D. Pedro II e os elementos em rocaille, como pontes, bancos e guarda-corpos.

“Além da revitalização de todo o parque da Quinta da Boa Vista, que envolve as pistas, as quadras, bancos e mesas, e os banheiros, uma reivindicação antiga dos frequentadores daqui, tem também a parte dos monumentos, como a estátua de Dom Pedro II, a Gruta e o Templo de Apolo. E, daqui a 15 dias, vamos começar a revitalização de todo o entorno da Quinta, recapeando vias como o Largo da Cancela, a Avenida Pedro II e a Avenida São Cristóvão. Em setembro, toda essa área estará de cara nova” afirmou a secretária de Conservação, Anna Laura.

A revitalização também inclui o jardim-terraço, que pode ser visto da Alameda das Sapucaias, com previsão de início das obras para até 15 dias. E tanto o muro quanto a balaustrada, os vasos e os postes serão recuperados. Os ladrilhos hidráulicos da escada passarão por limpeza, enquanto nos canteiros o serviço a fazer é o de capina e recomposição.

O local serviu de residência para o imperador Dom Pedro I, que rompeu com Portugal e tornou o Brasil independente em 7 de setembro de 1822.

A Quinta, como é conhecida, inclui o antigo palácio real (atual sede do Museu Nacional) e todo o terreno em volta do edifício. Também viveu ali o pai de Dom Pedro I, Dom João VI, monarca que, de 1808 a 1821, governou o império português sediado no Rio de Janeiro.

Dom João recebeu a Quinta como presente do negociante Elias Antônio Lopes, em 1809. E o local serviu como residência oficial para a família até 1889, quando Dom Pedro II, que nascera ali em 1825, teve que sair do país depois da proclamação da República.

O parque recebeu tratamento paisagístico de Augusto François Marie Glaziou e do major Gomes Archer, de 1869 a 1875, e conserva até hoje a marca deste período.

Museu Nacional

A residência propriamente dita, que hoje abriga o Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), também está passando por obras, depois do grande incêndio que destruiu o edifício em setembro de 2018.

Segundo o diretor do Museu, Alexander Kellner, a previsão é que a reconstrução termine em 2027. Mas parte da reforma deve ser concluída a tempo das comemorações do bicentenário. “Pretendemos entregar parte [da obra] ainda para 7 de setembro”, afirmou Kellner à Agencia Brasil.

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