Por Igor Lopes
O consulado-geral do Rio de Janeiro abriu a portas do Palácio São Clemente, na zona Sul da cidade, no dia 10 de junho, para celebrar o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Representantes das principais entidades portuguesas e luso-brasileiras na cidade maravilhosa estiveram presentes, além de artistas e autoridades dos dois países, como a Secretária de Estado Adjunta do Primeiro-Ministro de Portugal, Mariana Vieira da Silva, do cônsul-geral de Portugal no Rio, Jaime Leitão, do cônsul-adjunto, João de Deus, da vereadora Teresa Bergher, e de empresários.
Durante o evento foi apresentado um documentário sobre a língua portuguesa, que realçou a riqueza dos sotaques e o futuro da nossa língua materna.
A cantora portuguesa Isabel Silvestre, que está fazendo apresentações no Brasil, foi responsável pela parte musical do encontro. Em entrevista à nossa reportagem, a artista não escondeu o seu orgulho pelo país no qual Portugal se transformou.
“Já estive outras vezes fora de Portugal a celebra o dia 10 de junho, mas, no Brasil, é a primeira vez. E o ambiente mostra uma portugalidade presente em tudo aqui na antiga embaixada. Ficamos dentro de uma bolha, com uma força enorme dentro daquilo que tivemos a capacidade de fazer não só aqui como pelo mundo e o nosso orgulho em ser português é mais forte, pois estar aqui dentro desse espaço é a mesma coisa que estar em contato com os primeiros que por aqui passaram e ajudaram a dignificar a nossa pátria. Espero que as pessoas possam dar continuidade a esse trabalho”, disse a cantora.
Por sua vez, o músico português José Barros, que acompanha Isabel Silvestre, mencionou que se sente em casa ao visitar o Brasil.
“Esta foi uma oportunidade de virmos ao Brasil e cantar justamente no dia 10 de junho, ainda mais no consulado. Estamos muito felizes. No fundo, isto é a portugalidade, mas também não só dos portugueses, pois as pessoas que se envolvem com estes pormenores da nacionalidade são brasileiras. Eu cumprimentei muitos brasileiros que estão aqui a promover uma abertura cultural importante. Quando chego ao Brasil não me sinto estrangeiro. Em outros países sou bem recebido, mas estar aqui hoje a cantar, no dia de Portugal, é mágico”, defendeu José Barros.
Flávio Martins, presidente do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, vai mais além e considera que a data festiva deve sugerir mudanças no modo como a comunidade atua.
“Apesar de toda a celebração, esta data é também um momento de reflexão do que nós queremos para a comunidade luso-brasileira do Rio de Janeiro. Devemos pensar como vamos caminhar daqui para a frente. Os nossos líderes atuais estão idosos e se não pensarmos em algo corremos o risco de perder tudo o que conquistamos. A vinda do presidente português ao Brasil no ano passado e a visita da Secretária de Estado este ano, no âmbito do 10 de junho, mostra a importância que o governo português dá, e é bom que assim seja, à nossa comunidade no Rio de Janeiro”, sublinhou este responsável.