No Porto, presidente defende um país “independente e livre” no Dia de Portugal

O presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa (C) durante as comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, 10 de junho de 2017 JOSÉ COELHO/LUSA

Da Redação
Com Lusa

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu no seu discurso do Dia de Portugal, no Porto, um país “independente” e “livre da sujeição”. Para o chefe de Estado, neste Dia de Portugal importa afirmar que se pretende no futuro um país “independente e livre”.

“Independente do atraso, da ignorância, da pobreza, da injustiça, da dívida, da sujeição. Livre da prepotência, da demagogia, do pensamento único, da xenofobia e do racismo”, disse.

Mas este é também dia de Camões, portanto, “dia da nossa língua, da nossa educação, da nossa ciência, nossa inovação, nosso conhecimento, como que a dizer-nos que só seremos portadores de independência, de liberdade e de universalismo se juntarmos à cultura ancestral a antecipação do futuro”, acrescentou.

Num discurso de cerca de cinco minutos, Marcelo Rebelo de Sousa dedicou também uma palavra especial às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. Comunidades “desse outro Portugal que nos faz universais”, disse, defendendo que devem estar “mais presentes nas nossas leis, nas nossas decisões coletivas, na nossa economia, mas sobretudo na nossa alma”.

O chefe de Estado disse que Portugal acompanha “muito de perto” as comunidades “com uma palavra de incondicional solidariedade, em especial para as que mais sofrem ou desesperam”, bem como se abre “àquelas e aqueles” que chegam ao país “de tantas paragens sonhando ficar” e ter uma vida melhor do que aquela que “lhes é negada nas suas terras natais”.

Este Dia de Portugal, de Camões, das Comunidades e das Forças Armadas é um “dia simbólico” do que deve ser a missão do país de todos os dias: “respeitar quem nos deu e dá a independência e a liberdade de ser como somos, criar riqueza, combater a pobreza, superar injustiças, promover conhecimentos, abraçar uma pátria que não tem fronteiras espirituais e nasceu para ser ecumênica e fraternal”, sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda a importância das Forças Armadas que deram ao país “vezes sem conta a independência e a liberdade” e as “constroem com determinação”, em território nacional e internacional. As comemorações deste ano foram abertas dia 09 com uma exposição das Forças Armadas. Durante a noite, foi o presidente da Câmara do Porto quem discursou.

Estando no Porto, “nesta leal, nobre, livre e independente cidade”, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou tratar-se de uma cidade que “nunca traiu” o país, bem como “nunca temeu e nunca vacilou”.

“Tal como dentro de horas em terras de Vera Cruz, unidos nos encontramos todos, para além do que nos possa apertar, afirmando que acreditamos em Portugal, acreditamos nos portugueses. O passado, mesmo quando menos feliz, foi a nossa garantia, o presente é a nossa exigência, o futuro é o nosso destino”, concluiu.

Após o seu discurso aplaudido por todos os convidados presentes, Marcelo condecorou três militares dos três ramos das Forças Armadas. O discurso do Presidente, que também é comandante supremo das Forças Armadas, foi escutado pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e pelo primeiro-ministro, António Costa.

Cerca de 1500 militares dos três ramos das Forças Armadas deram início, pelas 09.15 horas de sábado, no cais do Molhe, Porto, à cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Os líderes partidários do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Assunção Cristas, também marcaram presença assim como os ministros da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, da Cultura, Luís Castro Mendes, da Defesa, Azeredo Lopes, do Mar, Ana Paula Vitorino, e o ministro adjunto, Eduardo Cabrita.

Unanimidade
A presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, declarou que o Presidente da Republica fez um discurso de “unidade nacional” no Dia de Portugal, lembrando os portugueses que estão no país e os que estão espalhados pelo mundo.

“Foi um discurso de unidade nacional, um discurso lembrando o que é o nosso país, lembrando não só os portugueses que cá estão, mas todos os que estão pelo mundo”, disse Assunção Cristas aos jornalistas.

A líder dos centristas referiu ainda que hoje é dia de sinalizar os concidadãos que mais dificuldades têm passado, nomeadamente os portugueses que vivem na Venezuela. “Mas, hoje é [também] dia de celebração, de alegria, de ânimo e de esperança e creio que Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou isso mesmo”, salientou.

Quanto à opção de descentralizar as comemorações, que deixaram de ser apenas em território português, Cristas entendeu que este modelo lembra a todos que Portugal não são só os dez ou 11 milhões, mas também todas as comunidades no mundo que gostam de “sentir a proximidade da Pátria”.

Também o líder do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou o discurso do Presidente da República nas comemorações do 10 de Junho “inspirador e muito singelo”. “Foi um discurso inspirador daquilo que é ser português, daquilo que é a vocação ecumênica e universalista de Portugal e, sobretudo, de confiança na nossa capacidade de superação”.

Na sua opinião, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, fez um discurso de “inspiração e de mobilização” do país em torno daquilo que é a sua capacidade de ultrapassar as dificuldades que, ao longo da história, vai vivendo.

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