Da Redação
Com Lusa
O primeiro-ministro incentivou os empresários brasileiros a investirem em Portugal, alegando que o país tem estabilidade, é seguro, já concluiu o programa de ajustamento com a União Europeia e é porta para a Europa.
Esta foi a principal mensagem deixada por António Costa em São Paulo, durante o segundo dos quatro dias de visita ao Brasil, após ter tomado o pequeno-almoço com o presidente da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Scaf, e de ter estado reunido cerca de hora e meia no Consulado de Portugal com alguns dos principais empresários brasileiros.
No final da reunião, António Costa disse que detectou interesse e disponibilidade de empresários brasileiros para investirem ou continuarem a apostar no mercado nacional.
“A reunião com o presidente da FIESP foi bastante positiva e ficou já marcada a presença em breve de uma missão deles para fazerem prospeção em matéria de novas oportunidades de investimento. Expus uma realidade muito clara: Somos um país estável, seguro, que oferece uma grande oportunidade aos empresários brasileiros no sentido de irem já, aproveitando o potencial de uma futura abertura comercial entre a União Europeia e o Mercosul”, disse.
António Costa reforçou que os cidadãos brasileiros, em território nacional, “gozam de igualdade de direitos” face aos cidadãos portugueses e que uma empresa de direito português “é uma empresa europeia”.
“Ao longo de anos foi repetida a ideia de que Portugal pode ser uma porta da Europa. Finalmente, acho que se trata de uma porta que se pode abrir e que vai ser útil a todos. Os empresários que já investiram em Portugal manifestaram grande desejo em continuar”, referiu.
António Costa afirmou depois apostar precisamente “no efeito de contágio” resultante da “boa experiência” que esses investidores brasileiros já tiveram em Portugal. “Palavra passa palavra, o que gera um efeito de contágio em relação aos outros”, justificou.
Perante os jornalistas, o primeiro-ministro comparou também a experiência que registrou ao longo do dia e o que presenciou quando esteve há quatro anos em São Paulo na qualidade de presidente da Câmara de Lisboa.
“Há agora uma atitude mais interessada e mais positiva, porventura devido à evolução interna do Brasil, mas também porque Portugal virou a página do programa de ajustamento e pelo testemunho mais atualizado sobre o país, muitas vezes em resultado do aumento do turismo brasileiro”, sustentou.
O presidente da Federação das Câmaras Portuguesas no Brasil, Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, expôs o que as instituições portuguesas têm de fazer para atrair novos investidores brasileiros.
“Pela primeira vez, ao fim de seis anos, estamos a assistir a uma estratégia concertada entre as instituições portuguesas e o Governo em relação ao mercado brasileiro, o que é bom. Para mais, tal surge num momento em que os empresários brasileiros estão a olhar para fora do país, atendendo à crescente sensação de instabilidade”, disse.
De acordo com o filho do Presidente Marcelo Rebelo, há várias manifestações de interesse no mercado português em áreas como a infraestruturas, as ferrovias, o papel e as tecnologias em geral.
“Mas valem muito pouco estas aproximações sem continuidade. Disse ao primeiro-ministro, António Costa, que é preciso apresentar projetos em concreto e não podemos ficar pelo abstrato”, advertiu Nuno Rebelo de Sousa.