Em visita oficial, o ministro português assinou um acordo para a criação de uma escola portuguesa em São Paulo, em Setembro de 2015.
Mundo Lusíada
Com agencias
O ministro brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, recebeu a visita do ministro da Educação e Ciência de Portugal, Nuno Crato. Na audiência, foram discutidas novas parcerias em ações voltadas à área de nanotecnologia, à formação de professores e pesquisadores e ao intercâmbio de estudantes.
Participaram da reunião o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Alvaro Prata, e representantes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCTI.
No encontro, realizado em 20 de agosto, a partir da solicitação do ministro português, Campolina determinou ao secretário a avaliação sobre a indicação de dois representantes para compor o Comitê de Acompanhamento do Centro de Excelência para a Formação Avançada de Cientistas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A unidade foi aprovada, em 15 de abril, durante a 6ª Reunião de Ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, realizada em Maputo, Moçambique, e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O Ministério da Educação e Ciência de Portugal adiantou ao titular do MCTI que planeja criar polos de excelência em parceria com o Brasil. Uma das áreas de interesse é a matemática, diante da justificativa da abrangência da disciplina, tendo como uma das referências o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), organização social supervisionada pelo ministério. O ministro Campolina destacou o caso recente do brasileiro Artur Avila, pesquisador do instituto, que se tornou o primeiro brasileiro vencedor da Medalha Fields, considerada o “Nobel de Matemática”.
O ministro Crato também manifestou interesse pela participação do Brasil no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), sediado em Braga. A organização intergovernamental foi criada para fomentar a investigação interdisciplinar em nanotecnologia e nanociência e oferece um ambiente de investigação em alta tecnologia. “Nós gostaríamos que o instituto fosse cada vez mais internacional e a ideia é que a participação brasileira possa ser maior”, afirmou.
Escola Portuguesa
De acordo com a imprensa portuguesa, o ministro Nuno Crato ainda assinou, em Brasília, um acordo para a criação de uma escola portuguesa em São Paulo, que deverá abrir em Setembro de 2015. Embora neste momento só esteja prevista uma unidade em São Paulo, o documento abrirá caminho para que sejam criadas escolas em outros estados brasileiros.
“O acordo assinado hoje abre o caminho [para a criação da escola], mostra a intenção de o governo brasileiro permitir a instalação, no seu território, de uma escola que segue as regras de outro país”, explicou à Lusa o ministro Nuno Crato, após o encontro. O passo seguinte será dado dia 22 com a formalização, por parte da Secretaria de Educação de São Paulo, do interesse em acolher a futura escola portuguesa.
“São Paulo é a cidade do mundo onde existe o maior número de falantes da língua portuguesa e também onde há a maior comunidade portuguesa, então faz todo o sentido que abrigue a primeira escola portuguesa no Brasil”, salientou o ministro, em visita ao Brasil.
A intenção, segundo Nuno Crato, é que a instituição funcione ainda como um centro de difusão da língua portuguesa, com formação de professores e divulgação da cultura portuguesa. “Será uma escola semelhante à que temos em outros países lusófonos, como é o caso em Angola, Moçambique e Timor Leste, segue o currículo português e estão disponíveis para filhos de portugueses, mas também para outras nacionalidades”, avançou.
Em relação ao investimento necessário para o projeto, o ministro limitou-se a dizer que será um gasto “pouco significativo” para o Estado, tendo em vista que o empreendimento será feito por concessão pública, além de poder contar com assistência da comunidade portuguesa local.
A previsão é que a escola comece a funcionar a partir do próximo ano – de acordo com calendário letivo europeu, no qual as aulas começam em Setembro, e não segundo o calendário escolar do Brasil, que arranca em Fevereiro.