No Brasil, candidato à presidência Sampaio da Nóvoa fala da migração de jovens portugueses

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Mundo Lusíada
Com agencias

Em visita ao Brasil, o candidato à Presidência de Portugal António Sampaio da Nóvoa defendeu, junto do ministro-chefe da Casa Civil do Governo brasileiro, Aloizio Mercadante, em Brasília, o aprofundamento das relações entre portugueses e países lusófonos.

“Foi uma visita interessante, pude apresentar ao ministro um dos principais pontos da minha carta de princípios, o aprofundamento das relações entre Portugal e os países de língua portuguesa, incluindo o Brasil”, disse à agência Lusa.

Sampaio da Nóvoa, que cumpre uma visita de quatro dias ao Brasil, também se encontrou com a ambientalista Marina Silva, candidata à Presidência brasileira nas últimas eleições, com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, e com membros da Fundação João Mangabeira, ligada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Segundo o candidato português, os contatos com as autoridades brasileiras “foram esclarecedores” sobre a vontade política em aumentar as relações entre os países. Sampaio da Nóvoa realçou que a conversa com Aloizio Mercadante não foi uma audiência oficial de um candidato com um ministro de Governo, mas deve ser entendida no contexto de sua visita a Brasília e de um doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Brasília (UnB).

O ex-reitor da Universidade de Lisboa participou nas comemorações do 10 de junho organizadas pela Embaixada de Portugal no Brasil e, na sexta-feira, recebeu um doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Brasília. Durante mais de um ano, o professor homenageado atuou na UnB, à frente do ciclo de diálogos intitulado “Café com Nóvoa”, ocasiões em que inquietou a comunidade acadêmica por meio de reflexões sobre o futuro da universidade, a relação entre arte e ciência, revolução digital e aprendizagem, entre outros temas.

“Para além de um significado pessoal, [o doutoramento] tem significado para uma cooperação mais forte entre a Universidade de Brasília e a Universidade de Lisboa e entre outras universidades portuguesas”, disse. Sampaio da Nóvoa também defendeu que o doutoramento reforce o papel que as universidades de língua portuguesa têm no mundo globalizado, por meio de sua internacionalização e da promoção da língua portuguesa.

O candidato defendeu a participação das comunidades da diáspora, não só na política, e nas eleições, mas também na vida econômica e cultural, acrescentando que o Portugal do século 21 “não vai ser fechado, mas aberto à comunidade de língua portuguesa e à diáspora”.

Sobre a migração forçada dos jovens portugueses que buscam no exterior uma oportunidade de emprego, o candidato reafirmou considerá-la “um drama”. Entretanto, disse que “pode ser útil” que alguns jovens possam escolher outros destinos para se inserirem, desde que seja de forma voluntária, e não por falta de opção. “Algumas vindas de jovens para o Brasil inserem-se num quadro de cooperação que é benéfico para os dois países, num processo de circulação”, concluiu.

“Falta visão e liderança, capacidade de mobilização dos portugueses feita com confiança e esperança. É para isso que me candidato a Presidente da República, para juntar, unir os portugueses em torno de causas maiores”, reforçou.

“Estamos a desperdiçar a nossa maior riqueza: as pessoas, os jovens qualificados, tudo aquilo que verdadeiramente nos pode fazer sair da crise em que estamos. É uma realidade inaceitável, absolutamente intolerável, que não pode deixar nenhum de nós indiferente. É um desperdício provocado por políticas cegas, de vistas curtas, sem inteligência e sem capacidade de compreender e antecipar o futuro”, considerou.

No próximo 10 de junho, e se for “por vontade e eleição dos portugueses” Presidente da República, Sampaio da Nóvoa apresentará palavras em torno do seu projeto de união em torno um país “desenvolvido, pátria de igualdade, capaz até – estranhamente para alguns – de acolher jovens de outros países”, uma “terra de acolhimento e oportunidade”.

Sampaio da Nóvoa, que regressou dia 13 a Portugal, afirmou ainda que sua próxima viagem internacional será para Paris, que também possui uma comunidade portuguesa significativa.

Nascido em Valença, no Minho, Sampaio conta com o apoio dos três antigos presidentes da República – Ramalho Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio -, que estiveram nas cerimônias de apresentação da sua candidatura em Lisboa ou no Porto no mês de abril.

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