No Brasil, Cade aprova venda da TAP ao consórcio Gateway

Mundo Lusíada
Com agencias

David Neeleman e Humberto Pedrosa em conferência de imprensa. Foto JOSE SENA GOULAO/LUSA
David Neeleman e Humberto Pedrosa em conferência de imprensa. Foto JOSE SENA GOULAO/LUSA

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) do Brasil aprovou “sem restrições” a aquisição pelo consórcio Atlantic Gateway de 61% do capital da TAP, de acordo com um despacho publicado no Diário Oficial da União.

Segundo o documento, o “ato de concentração”, cujos requerentes são a TAP – Transportes Aéreos Portugueses, SGPS e a Atlantic Gateway, SGPS, foi aprovado “sem restrições”.

No dia 24 de junho, foi assinado o contrato de compra e venda de 61% do capital da TAP entre membros do Governo e responsáveis do consórcio Gateway (de David Neeleman e Humberto Pedrosa), vencedor da privatização da companhia aérea.

O desfecho do processo de privatização só acontecerá depois do parecer de Bruxelas e de receber luz verde da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), o regulador do setor, e da Autoridade da Concorrência.

Já o Tribunal de Contas está a realizar uma “auditoria concomitante [simultânea]” ao processo de privatização da TAP. O CADE está vinculado ao Ministério da Justiça do Brasil e tem como “missão zelar pela livre concorrência no mercado”, segundo o órgão.

Segundo o jornal O Globo, David Neeleman declarou que pode buscar apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ampliar sua porcentagem na TAP através da Azul, a terceira maior companhia aérea brasileira. “Não precisamos disso agora, mas seria bom se a Azul tivesse essa opção, seria um investimento para a Azul”.

Mais brilhante
Em recente entrevista, o presidente da TAP, Fernando Pinto, defende que o futuro da companhia aérea “tende a ser dos mais brilhantes” com a entrada dos acionistas privados, considerando que “a TAP vai ser melhor”, a exemplo de todas as grandes companhias europeias de sucesso.

“A TAP sempre sofreu com falta de capital, sentiu enormes dificuldades e conseguiram-se verdadeiros milagres ao longo de todo este tempo”, disse o gestor, que assumiu a liderança da transportadora aérea nacional em 2000.

Quando chegou, para fazer a transição para a venda à Swissair, a companhia tinha “apenas três meses de sobrevivência”, com restrições fortíssimas de tesouraria, que se mantiveram ao longo dos 15 anos seguintes, mas hoje, defende, a TAP é “uma outra empresa”.

“Definitivamente a TAP é hoje outra empresa. Não há comparação sob qualquer ponto de vista”, sublinhou, referindo que “a empresa era um terço do que é hoje”.

Já sobre o seu futuro na TAP, o gestor reiterou que a sua missão é “levar [a empresa] até às mãos dos novos proprietários em boas condições”, admitindo que depois possa “continuar ligado à empresa mais algum tempo”.

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