Da Redação
Pelo menos 870 quenianos vivem da venda de borboletas recolhidas em uma área de floresta tropical que já formou uma extensa faixa verde entre Somália e Moçambique.
Atualmente, a atividade na Floresta Arabuko Sokoke, no Quênia, gera US$ 100 mil por ano, o dobro do investimento inicial aplicado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente, GEF, e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, em 2003.
O cultivo de borboletas foi introduzido em Arabuko Sokoke em 1993 como um projeto da comunidade local para gerar renda diretamente para a comunidade a partir da floresta.
De acordo com o Programa da ONU para o Meio Ambiente, ONU Meio Ambiente, mais de 230 espécies de borboletas povoam os 42 mil hectares de Arabuko Sokoke. A área situada ao longo da costa queniana tem uma biodiversidade que inclui mais de 600 espécies de flora e 480 espécies de aves e mamíferos.
O assistente de conservação de ecossistemas do Serviço Florestal do Quênia, Elvis Katana Fondo, disse que além da riqueza dos ecossistemas terrestre e marinho há 8 mil hectares de manguezais na região. Essas características contribuem para que o local esteja na Lista do Patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a, Unesco.
O projeto da Casa de Borboletas de Kipepeo começou em 2003. Desde então, as famílias locais usam o que ganham do comércio internacional de borboletas para pagar despesas escolares, particulares e até equipam escolas com carteiras.
Subsistência
De acordo com a ONU Meio Ambiente, a tendência do negócio dos insetos é crescer, mesmo havendo concorrência de países como Costa Rica, Nepal e Filipinas.
A especialista do Centro Mundial de Monitoramento da Conservação da agência, Judith Walcott, disse que o combate à pobreza deve ser acompanhado de estratégias para melhorar a saúde, a educação e incentivar o crescimento econômico de forma ambientalmente sustentável.
Para a também integrante do Programa de Redução de Emissões e Degradação Florestal, ONU-Redd, apoiando comunidades com meios alternativos de subsistência não apenas reduz a pobreza, mas também conserva as florestas e reforça o combate à mudança climática.