Com auxílio do Memorial do Imigrante e da comunidade portuguesa, o Citibank promove o Natal das Nações, representando o Natal de oito países
Vanessa Sene | Mundo Lusíada
O “Natal das Nações” é uma exposição do Citibank sobre a representação mais significativa da época natalina, para além de “Papai Noel” e presentes. A idéia é trazer o típico natal de oito nações diferentes, tendo como tema central o nascimento do menino Jesus. “O Natal está muito comercial, então decidimos enfatizar o personagem principal do natal, que é o Menino Jesus”, disse ao Mundo Lusíada, Julio Abe, do Citibank. O grupo, que trabalha com as comunidades imigrantes pela primeira vez, promoveu o coquetel de abertura na segunda-feira, 12 de dezembro.
Representantes da comunidade portuguesa de São Paulo
Portugal também está entre as nações, junto da Lituana, Ucrânia, Rússia, Espanha, Itália, Grécia, e o Brasil. Para sua realização, o Citigroup contou com o auxílio do Memorial do Imigrante (da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo), trazendo pesquisa, informações, imagens e objetos, além das suas tradicionais práticas e cerimônias religiosas natalinas, com a ajuda das comunidades imigrantes destas nações em São Paulo. A exposição tem a curadoria de Cecília Machado, do Memorial do Imigrante, e Julio Abe, por parte do Citibank, dois museólogos responsáveis pelo cenário da exposição.
O grupo financeiro ofereceu recursos e espaço, enquanto o Memorial entrou com o acervo, contando com a participação das comunidades. “O Julio Abe, que é o responsável pela montagem, trabalha junto ao Citibank, nos procurou e fez a proposta de trabalho em conjunto. O interessante é que essa exposição é muito Brasil, reúne todas as etnias com harmonia, convivendo num mesmo espaço, trocando seus valores culturais”, falou a diretora do Memorial, Ana Maria Costa Vieira.
Para a montagem do espaço de Portugal, representantes da Casa Ilha da Madeira de São Paulo estiveram trabalhando com a curadora Cecília Machado. Em seu espaço, o Natal foi representado pela Lapinha da Escadinha, altar de ofertório típico montado na época de Natal principalmente em regiões do Algarve, Alentejo e Madeira, e ainda do norte do Brasil. “Eu pensava que era regional, da Ilha da Madeira, mas na pesquisa eu vi que a Lapinha da Escadinha é tradicional de Portugal como um todo”, explicou Maria Sardinha, da Casa Ilha da Madeira de SP.
Apesar de antigamente ter sido mais generalizado, a Lapinha pode ser vista até hoje durante a época natalina nas regiões portuguesas. “Mas hoje, com tantos progressos, as cidades já estão querendo rebuscar as coisas mais antigas. Quem fala de uma lapinha, imagina numa vila de Portugal, e agora está na Avenida Paulista”, comentou Maria Sardinha.
A exposição “O Natal das Nações” fica aberta à população de 05 de dezembro a 09 de janeiro, no saguão de entrada do Citibank – Av. Paulista, 1.111 – das 9 às 19 horas. Sábados, domingos e feriados, das 10 às 17 horas. Entrada gratuita.
A Lapinha da Gruta ou da Escadinha
A Lapinha vem de gruta, pedra, lapa, lapinha. É um altar montado para adorar a Deus, como acontecia na idade média. Nele, o Menino Jesus é colocado no topo, em pé, representando força e proteção aos fiéis. Nos outros degraus, frutas, nozes, castanhas, flores, plantas e pães. As frutas são ofertas; as searinhas como o trigo, demonstram o campo cheio, agradecendo a Deus e pedindo pela mesma fartura; muitos pães representam a tradição do preparo para a Noite de Natal. A Lapinha também traz a lamparina com azeite, a qual não deve ficar apagada até o Dia de Reis, quando é desmontada. Além disso, a base do “altar” é feita com o barrado branco e a colcha vermelha existente em toda casa portuguesa, a tradicional “colcha da festa”. Na mesa portuguesa, bolo-de-mel. Na Ilha da Madeira, o cheiro que fica impregnado na casa na preparação do bolo-de-mel, significa para as crianças de que a festa está chegando, fica três dias parado para ser assado e tem duração de seis meses. Além dos pães e bolos representados na exposição, numa típica ceia portuguesa não falta o bacalhau e o folar, acompanhado do tradicional vinho português.
Portugal está muito próximo do Memorial, diz diretora
Em abril vai acontecer uma série de programações, workshops e cursos sobre Portugal e sua cultura. O Memorial do Imigrante irá promover um grande evento sobre imigração portuguesa, nas suas instalações, em abril do ano que vem.
Ana Maria Vieira e Maria Sardinha
A idéia é fazer conhecer melhor Portugal com uma grande programação incluindo cursos e ‘workshops’. “Portugal está muito próximo do Memorial porque nós estamos organizando um grande evento sobre imigração portuguesa no Brasil, no Memorial. Nós já estamos em contato com a comunidade, com o pessoal da Casa Ilha da Madeira, já havia um contato da nossa pesquisadora Sonia, curadora desse evento do ano que vem, com a comunidade”, disse Ana Maria Vieira, diretoria do Memorial do Imigrante, sobre a ligação com a comunidade portuguesa. Acompanhe mais informações sobre a programação e o evento no Mundo Lusíada.