Da Redação
Com Lusa
O primeiro bebê filho da mulher infectada nasceu nesta madrugada no Hospital de São João, no Porto, estando “os dois bem”, segundo fonte oficial da unidade hospitalar, adiantando que foram feitos testes no bebê.
O primeiro teste feito ao filho de mulher infetada deu negativo. “O primeiro teste deu negativo. Será feito outro dentro de 72 horas e só aí se poderá saber se a criança está ou não infetada”, explicou à Lusa a mesma fonte.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que o nascimento prova que os serviços estão organizados para “dar as melhores respostas”.
“Este caso prova que os serviços estão organizados de forma a dar as melhores respostas, uma vez que aqui está envolvido não só a mãe, como o pai e agora uma criança”, disse Graça Freitas na conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus, onde esteve também o secretário de Estado da Saúde, António Sales.
Segundo Graça Freitas, tudo correu de acordo com o que estava programado: “a assistência ao parto foi a ideal, nas condições ideais de isolamento”.
Médicos infectados
Cerca de 30 profissionais de saúde estão infectados com Covid-19, dos quais 18 são médicos, avançou o secretário de Estado da Saúde, António Sales. “Na segunda-feira, com 331 casos confirmados, existiam cerca de 30 profissionais de saúde infetados, sendo 18 médicos”, disse António Sales na conferência de imprensa.
As declarações do governante acontecem no dia em que a Ordem dos Médicos denunciou que 20% do total de casos de infecção pelo novo coronavírus são médicos.
Já no domingo o presidente do Sindicato Independente dos Médicos tinha avançado que mais de 50 médicos estavam infetados com o novo coronavírus e mais de 150 estão em quarentena.
O secretário de Estado da Saúde afirmou que os “médicos e outros profissionais estão sempre na linha da frente deste combate e, portanto, é sempre também possível que sejam infetados não só nas respetivas instituições também o possam ser noutros locais na comunidade”.
“Portanto, não será exclusivamente nas respetivas instituições”, disse, António Sales, deixando “uma palavra de grande agradecimento e de reconhecimento” a estes profissionais.
Adiantou ainda que está a ser reforçado o número de profissionais de saúde, respondendo “a todas as necessidades das instituições do Ministério da Saúde que têm agora autonomia para contratação com dispensa de quaisquer formalidades”.
Segundo o governante, foram recebidos pedidos para a contratação de cerca de 450 profissionais de várias classes muitos já autorizados pelo Ministério da Saúde. Os restantes estão em condições de serem aprovados pelas administrações hospitalares de imediato.
Destacou também o papel das ordens profissionais com quem o Ministério da Saúde reuniu no final da semana passada e que apresentaram a sua disponibilidade para fazer face à epidemia
“Médicos, enfermeiros, biólogos, farmacêuticos, nutricionistas, psicólogos, dentistas e veterinários” disponibilizaram e “estamos já a estudar a melhor forma de integrar essas ajudas na resposta global ao surto através da Direção-Geral de Saúde”.
Neste momento, avançou, há mais de 1.800 médicos disponíveis para reforçar o Serviço Nacional de Saúde na resposta à epidemia e mais de 1.000 enfermeiros entre outros profissionais “todos eles indispensáveis neste combate”.
Questionado sobre uma notícia do Correio da Manhã de que há uma fábrica em Penafiel (Bastos Viegas), que tem exportado muito equipamento de proteção individual e que “responde a todas as solicitações internas e neste momento não tem qualquer pedido sem resposta”, o governante afirmou que foram dadas indicações para que toda a produção que vier a ser feita pela empresa possa ficar em Portugal.
“Estamos a gerir os meios da melhor forma possível através da partilha de recursos e estamos a ir todos os dias ao mercado para adquirir “o mais rapidamente possível” estes materiais.
“Durante esta semana vão ser distribuídos mais de dois milhões de máscaras e à volta de 150 mil equipamentos de proteção individual”, salientou.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou o número de casos confirmados de infecção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registrou a primeira morte no país.
Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI). Houve três pessoas que já recuperaram.
Segundo o boletim, até agora há 4.030 casos suspeitos, dos quais 323 aguardavam resultado laboratorial. Há ainda 6.852 contatos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Atualmente, há 19 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais uma do que no domingo.