Da Redação
Com RTP
Na noite do dia 22, o ex-candidato a presidente do Brasil pelo PT (Partido dos Trabalhadores), Fernando Haddad, participou de uma palestra na Casa do Alentejo, em Lisboa, e declarou que o momento vivido no Brasil é uma impossibilidade à crítica, vista “como uma torcida” contra o país.
O político brasileiro terminou sua estada em Portugal com um encontro com o primeiro-ministro Antonio Costa, do Partido Socialista, em uma reunião de duas horas.
Durante a palestra, Fernando Haddad descreveu o impeachment da Presidente Dilma Rousseff, em 2016, como o ponto de “mudança de regime”. “Não se admite no Brasil de hoje o confronto de ideias e, se você critica, você está torcendo contra o Brasil”, declarou.
“É assim que é vista a crítica: como uma torcida contra o país e não como a correção de um Governo que em 20 dias provocou pequenos desastres”, reforçou o candidato batido por Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de outubro, para quem o afastamento de Dilma Rousseff do Planalto, em 2016, cunhou uma “mudança de regime”.
“Eu falo de uma mudança de regime porque efetivamente, para aqueles comprometidos com as jornadas democráticas de obtenção de direitos, e que têm mais ao menos a lembrança de como isso tudo começou, as revoluções em 2018 e 2019 trouxeram a lembrança de que isso exigia muita luta: dos trabalhadores, das mulheres, dos negros. Nada veio de graça no campo da democracia”, afirmou, ao intervir na palestra intitulada Democracia e perda de direitos no Brasil, promovida sob a bandeira do PT.
“Quando você perde para a direita, para o centro-direita, tem uma parte disso que é preservada, ninguém discute. Mas quando você perde para a extrema-direita, sobretudo dessa natureza, que assumiu o Governo do Brasil, tudo está em discussão”, acentuou, com baterias apontadas em permanência ao agora Presidente Bolsonaro.
Na sua intervenção, reportada pela agência Lusa, Fernando Haddad propugnou também que “o que aconteceu” no Brasil não foi “uma simples alternância de poder”.
“Nós não estaríamos tão apreensivos se uma pessoa razoável tivesse ganho a eleição. Não é porque o PT perdeu, é em função de quem ganhou que há essa apreensão”, vincou.
Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, que foi também ministro da Educação nos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, esteve nos últimos dias a um périplo pela Península Ibérica – ao lado de Tarso Genro, também ex-ministro da Educação e ex-prefeito de Porto Alegre e governador do Estado do Rio Grande do Sul.
Os dois políticos brasileiros do PT mantiveram encontros com os antigos primeiros-ministros socialistas Felipe González e Jose Luis Rodríguez Zapatero, além de nomes do partido Podemos. Isto depois de terem passado, no início de dezembro, pelos Estados Unidos.
Na Casa do Alentejo, Tarso Genro falou de Portugal e Espanha como “dois países que são fundamentais para o futuro da América Latina”. E falou da abertura do PT para “beber” da “fonte” das forças partidárias de esquerda e centro-esquerda em Portugal, segundo reportagem da RTP.
Tarso advogou mesmo a formação de “uma rede de resistência, de informação, de combate ideológico e de princípios” contra “o fascismo, a reação política e a degradação completa dos direitos sociais e fundamentais”.
1 comentário em ““Não se admite no Brasil de hoje o confronto de ideias” diz Haddad em Lisboa”
Por favor, quando pensarem em convidar alguém para uma palestra, por favor, convidem alguém que tenha algo para acrescentar, este senhor e o partido político a qual ele pertence não tem moral para tecer qualquer crítica a quem ou qualquer coisa que seja, acabaram com o Brasil é agora se apresentam como pilares da moral, ética e solução para todas as mazelas que eles mesmos produziram mas não admitem isto. Acorda Portugal !!!