Da Redação
O Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, inaugura a exposição “Na Rota das Catedrais – Construções (d)e Identidades”, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa. A exposição abre ao público dia 28 de junho e pode ser visitada até 30 de setembro.
A exposição inédita concretiza, através de linguagem museológica, a riqueza patrimonial e artística desta Rota dispersa no espaço e no tempo, tratando-se de uma exposição única, uma vez que as peças reunidas dificilmente voltarão a ser mostradas num mesmo local.
Segundo o governo, a iniciativa pretende também dar um novo impulso ao projeto “Rota das Catedrais”, sensibilizando o público nacional e estrangeiro para o roteiro cultural nacional português.
Com recurso a uma museografia atrativa, didática e contemporânea, foi criada uma narrativa que articula a gênese e a caraterização específica de cada um dos monumentos, ao mesmo tempo que faz sobressair a notoriedade do conjunto.
110 peças únicas
A exposição, que reúne mais de 110 peças provenientes de catedrais e igrejas do Continente, da Madeira e dos Açores, algumas classificadas como Tesouros Nacionais, é comissariada por Marco Daniel Duarte, historiador de arte e diretor do Museu do Santuário de Fátima.
Além da sua abrangência territorial, destaca-se também pela amplitude do período cronológico representado – do séc. VIII a.C. até ao séc. XXI – e ainda pela diversidade dos objetos expostos, que vão do mobiliário à ourivesaria, passando pela pintura, matéria têxtil, escultura, peças ligadas à prática litúrgica, livros antigos e partituras musicais.
Este conjunto de peças de valor histórico, artístico e simbólico provem de museus, bibliotecas, arquivos e das próprias catedrais.
Nele se incluem a Cátedra dos antigos bispos de Ceuta (séc. XV), peça de mobiliário tardo-medieval que se conserva na Colegiada de Santo Estêvão, em Valença do Minho, e que é a mais antiga cadeira episcopal do patrimônio português, a par de vários objetos venerados nas catedrais portuguesas, como a Nossa Senhora da Boa Morte (séc. XVIII), da Catedral de Coimbra (Sé Nova) ou o Menino Jesus da Cartolinha, da concatedral de Miranda do Douro.
Conjunto patrimonial singular
As catedrais portuguesas são um conjunto patrimonial singular, que ao longo dos séculos assumiu papel de relevo na estruturação do território e na definição da identidade nacional.
O lugar escolhido pelo bispo para estabelecer a sua cátedra reflete a evolução das mentalidades, do conhecimento, das artes e da arquitetura, tendo influenciado valores como os da urbanidade e da civilização.
Em 2009, a Direção-Geral do Patrimônio Cultural e o Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja assinaram um acordo de cooperação para desenvolvimento do projeto Rota das Catedrais.
O acordo abrange todo o território português, envolvendo parceiros locais, regionais e nacionais (através dos Cabidos, Paróquias e Direções Regionais de Cultura), a par de outras entidades, e tendo resultado em muitas ações de valorização do patrimônio envolvido.
A exposição “Na Rota das Catedrais” tem apoio da Fundação Millennium BCP, da Lusitânia Seguros e do Turismo de Portugal.
