Da Redação
Com Jornal USP
Este ano, devido à pandemia do novo coronavírus, o evento Museu do Ipiranga em Festa – realizado pela USP e pelo Sesc São Paulo, desde 2017, em homenagem à Independência – acontece exclusivamente no ambiente digital. Entre 24 de agosto e 7 de setembro, uma série de ações irá revelar as histórias ligadas ao museu sob diversos pontos de vista, na campanha Ecos do Ipiranga – Um museu onde a história ganha novas histórias.
Durante este período, o público terá a oportunidade de se conectar com os muitos eventos que ecoam no Ipiranga desde 1822 por meio de vídeos, fotografias, filtros no Instagram, podcasts, um aplicativo com uma visita virtual ao museu em 3D, entre outras ações, disponíveis nas redes sociais do museu e no site lançado especialmente para as comemorações.
A principal ação da campanha está programada para o dia da Independência, quando será lançado o videoclipe da música Paratodos, de Chico Buarque. A canção recebeu arranjo inédito de Carlinhos Antunes e Gabriel Levy para a Orquestra Sinfônica da USP e CoralUSP e conta com interpretações das cantoras Anastácia, Kaê Guajajara, Negra Li e Tainara Takua.
O videoclipe estreará simultaneamente, às 14h, no dia 7 de setembro, nas plataformas do museu, do Sesc e no Jornal da USP e terá a participação especial de Chico Buarque, cantando um trecho da canção. A família Buarque de Holanda tem uma relação de afeto com o Museu do Ipiranga, já que o patriarca Sérgio Buarque de Holanda foi diretor da instituição por dez anos, entre 1946 e 1956.
Na obra, cuja direção é assinada por Maria Thais e Yghor Boy, serão vistos trechos de edições anteriores da festa popular que ocorria no Parque Independência, assim como fotografias de um acervo ainda pouco conhecido do museu: uma série de retratos feitos por Militão Augusto de Azevedo, na passagem entre os séculos 19 e 20.
Campanha digital
No dia 24 de agosto, a campanha terá início com o lançamento do hotsite Ecos do Ipiranga, que reunirá todas as ações digitais. Ao acessá-lo, o público poderá fazer um passeio interativo pela fachada do museu, com informações e curiosidades de sua história e arquitetura.
Nesta primeira semana de campanha começam a ser divulgadas, ainda, duas séries de vídeos: Ecos em Pílulas, que conecta a história da arquitetura a histórias de pessoas que hoje usam o museu e o parque como cenário de suas fotos, e Expectativa X Realidade, depoimentos em que o público conta o que gostaria de ver no museu quando reaberto, e a equipe do museu responde, contando como essas expectativas serão atendidas.
No dia 1º de setembro será lançado um aplicativo para visita virtual em 3D aos jardins do museu. Como em um game, será possível caminhar por um cenário tridimensional por meio de um avatar. O passeio permitirá voo panorâmico pelo ambiente e interação com elementos da fachada do edifício. O aplicativo estará disponível nas versões para Android e iOS.
No dia 1º de setembro será lançado um aplicativo para visita virtual em 3D aos jardins do museu – Foto: Reprodução
Também nesta data inicia-se a série de podcasts Ecos do Ipiranga, com sete episódios a serem lançados diariamente. Apresentados pela youtuber Débora Aladim, estudante de História que ganhou relevância nas redes ajudando outros estudantes a se prepararem para o Enem, eles trazem uma conversa descontraída com especialistas e estudiosos da USP sobre as várias dimensões da Independência.
Os episódios duram 20 minutos e tratam de temas como a memória da Independência e suas diversas narrativas, a construção do museu e os desafios para sua restauração, e como a Independência do Brasil foi contada pela história, revelando detalhes que não costumam aparecer nos livros escolares.
Ainda no dia 1º, algumas das principais imagens do acervo do Museu do Ipiranga serão transformadas em filtros do Instagram. O público poderá incorporar na rede social os retratos de Dom Pedro I, Tiradentes, Imperatriz Leopoldina, Maria Quitéria e também “A baiana”, personagem de uma pintura anônima que se destaca no acervo do museu. A brincadeira vem acompanhada por questionamentos sobre quem são esses personagens e como foram construídas suas identidades históricas.
Desde 2017, o Sesc Ipiranga e o Museu Paulista vêm desenvolvendo ações conjuntas com o objetivo de chamar a atenção da sociedade civil para o Museu do Ipiranga. Por meio de diversas atividades artísticas e culturais a programação busca refletir sobre o apagamento de grupos e narrativas pela história hegemônica e convida o público a pensar sobre qual museu gostaria de reabrir em 2022.
O museu
Fechado para reforma desde 2013, o Museu do Ipiranga da USP seguiu em atividade com eventos, cursos, palestras e oficinas em diversos espaços da cidade. As obras de restauro, ampliação e modernização do museu são financiadas via Lei de Incentivo à Cultura.
A gestão do Projeto Novo Museu do Ipiranga é feita de forma compartilhada pelo Comitê Gestor Museu do Ipiranga 2022, pela direção do Museu do Ipiranga e pela Fundação de Apoio à USP (Fusp). As obras se iniciaram em outubro do ano passado e a expectativa é que seja reaberto em setembro de 2022, para a celebração do bicentenário da Independência do Brasil.
O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do País. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.