Da Redação
Com Lusa
O ministro português da Cultura reiterou, no Porto, que no próximo dia 27 de abril de 2019 vai ser possível mostrar a obra do Museu Nacional de Resistência e Liberdade, da Fortaleza de Peniche (Leiria), mesmo que “a obra esteja em progresso”.
“Estamos a trabalhar de uma forma muito séria e muito empenhadamente e no dia 27 de abril de 2019 certamente poderemos apresentar ao público a obra, mesmo que esteja em progresso”, declarou à Lusa o ministro da Cultura, Castro Mendes, à margem da sessão das Jornadas Europeias do Patrimônio, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
O ministro considerou que o Museu Nacional de Resistência e Liberdade da Fortaleza de Peniche iria ser um “grande lugar de história de memória”.
O historiador Fernando Rosas, também presente no evento no Porto, referiu que, “para cada item do guião de conteúdos” que servirá de base ao projeto de arquitetura do Museu, na Fortaleza de Peniche, seria preciso pesquisar filmes, sons, objetos e ilustrar com texto, para depois “casar tudo com a cadeia de Peniche”.
“Alguém dizia que o carrasco mata sempre duas vezes, e a segunda vez é a morte da memória, e é esta segunda morte que nós não queremos que aconteça em Portugal. A memória é uma luta. Nós aqui em Portugal estamos todos empenhados em que a memória não morra”, disse o historiador.
O guião de conteúdos que servirá de base ao projeto de arquitetura para o Museu Nacional da Resistência e Liberdade, da Fortaleza de Peniche, foi entregue no passado dia 27 de abril, ao ministro da Cultura, que já havia prometido na altura a inauguração para abril de 2019.
Foi criada este ano uma Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica (CICAM) para o futuro Museu Nacional da Resistência e da Liberdade que é composta pela diretora-geral do Patrimônio Cultural, Paula Silva, e pelo presidente da Câmara Municipal de Peniche, Henrique Bertino.
Da comissão, fazem ainda parte Adelaide Pereira Alves, Manuela Bernardino (do PCP), os ex-presos políticos Domingos Abrantes, Fernando Rosas, José Pedro Soares (também membro da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses) e Raimundo Narciso (representante do movimento cívico “Não Apaguem a Memória”). A estes juntam-se, desde o despacho de hoje, o historiador José Pacheco Pereira.
A fortaleza, classificada como Monumento Nacional desde 1938, foi uma das prisões do Estado Novo de onde se conseguiu evadir, entre outros, o histórico secretário-geral do PCP Álvaro Cunhal, em 1960, protagonizando um dos episódios mais marcantes do combate ao regime de ditadura (1926-1974).