Da Redação
Com Lusa
O Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, ultrapassou os 800 mil visitantes desde a inauguração, há dois anos, em 5 de outubro de 2016, segundo o presidente da Fundação EDP, Miguel Coutinho.
É um “número muito significativo”, para “quem conta apenas com dois anos de existência”, disse o responsável, acrescentando que “comprova” a qualidade da oferta artística disponibilizada pelo museu, desde a abertura.
Miguel Coutinho falava na apresentação à imprensa das três exposições que vão assinalar o aniversário do museu, a inaugurar este fim de semana, marcado também pela entrada livre, nas instalações.
Além de “Over flow”, instalação individual do artista japonês Tadashi Kawamata, elaborada com resíduos retirados da costa portuguesa, visitável até 1 de abril de 2019, o MAAT abre ao público também, no sábado, “Elefante”, de André Príncipe, e “Artist’s Film International”, mostra coletiva em torno do conceito da verdade.
Na sala dos geradores da Central Tejo, está patente uma mostra sobre o Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo, que se encontra em obras até 2019.
O presidente da Fundação EDP considera que “um caminho bem-sucedido marca estes dois primeiros anos”, acrescentando que o êxito do Museu também se explica pelo “arrojo de temas e pela preocupação ambiental demonstrados desde a abertura do espaço”.
“Elefante”, a primeira mostra individual do fotógrafo André Príncipe, a inaugurar na sala Cinzeiro 8, na Central Tejo, fica patente até 31 de dezembro.
Reúne 11 fotografias inéditas, um vídeo, e foi pensada como “uma grande instalação” com “uma linguagem muito próxima do cinema”, como disse o artista.
Nas imagens, as pessoas são retratadas sempre a meio de alguma ação, ora muito vivas, ora tristes e até inquietas, explicou o fotógrafo durante a visita, em que foi acompanhado pela curadora Ana Anacleto.
Uma terceira exposição, também Central Tejo – “Artists’film international”, patente Sala das Caldeiras até 22 de abril de 2019 -, engloba um conjunto de filmes realizados por artistas de todo o mundo, em torno do conceito verdade.
Rosa Barba, Danielle Dean, Patroick Hough, Tom Ireland, a dupla portuguesa Musa Paradisíaca, John Skoog, Juan Sorrentino e Munem Wasif, nomes-chave da videoarte, são os artistas da exposição, que trabalham conceitos de verdade, verídico, realidade, sonho, irrealidade ou mesmo ficção.
Uma citação de Santo Agostinho — “O homem caminha na imagem da verdade” – foi o ponto de partida da mostra, segundo a curadora, Maria do Mar Fazenda.
Sobre o sucessor de Pedro Gadanho, como diretor artístico do museu – que deverá abandonar o cargo em junho do próximo ano -, Miguel Coutinho disse que ainda está a ser definido o modelo de concurso.
“Estamos a definir o modelo”, afirmou, acrescentando que pretende que o Museu continue a traçar o caminho rumo à internacionalização do espaço e dos artistas, e que o perfil do futuro diretor artístico do Museu deve ser uma pessoa que imprima ao espaço museológico a dinâmica que Pedro Gadanho lhe imprimiu nestes anos iniciais – três, desde a criação do Museu.
Miguel Coutinho lembrou ainda que, neste momento, o que importa “é continuar aberto à sociedade e aos temas que verdadeiramente importam à sociedade”, como é o caso das “alterações climáticas e de questões relacionadas com o ambiente”.