Da Redação
O Brasil é um país plural, com culturas herdadas dos milhares de migrantes recebidos e que ainda continuam a chegar. Assim, a culinária brasileira se tornou rica, não só nos sabores, mas também nas histórias.
Para reunir as receitas dos filhos e netos de tantas pessoas que se tornaram pequenos produtores, a produtora Fawsia Borralho, em parceria com o Museu da Imigração – instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo -, promove a segunda edição da feira Comida de Herança.
A feira gastronômica acontecerá nos dias 16 e 17 de março, das 10h às 19h30. O ingresso, que dá acesso ao evento e às exposições em cartaz, custará R$ 5. O local, do final do século 19, abrigou migrantes que chegaram à cidade em busca de novas oportunidades.
No evento, os produtores irão expor queijos, biscoitos, cafés, pães e diversas outras delícias, no jardim do Museu. Um deles, o Quitute do Perutti, por exemplo, seleciona azeitonas premium pelo mundo afora e tempera com um toque especial: muito azeite e mix de ervas com sabores ítalo-brasileiro.
O laticínio Capril do Bosque, por sua vez, apresentará as suas produções da Serra da Mantiqueira: 14 diferentes tipos de queijos de cabra, alguns inspirados em receitas famosas no exterior, outros são de autor, como Cacauzinho, Serra do Lopo e Coração em Brasa.
Haverá, também, pratos quentes, feitos na hora, como as massas do chef Fellipe Zanuto, do restaurante Hospedaria. O profissional buscou na cozinha das avós, ambas de origem italiana, a inspiração para o seu restaurante que fica na Mooca. A ideia é servir uma comida que remeta a dos imigrantes do início do século 20.
Pratos que os faziam lembrar da terra natal, mas preparados com a estrutura e os ingredientes disponíveis no Brasil: risoto com arroz agulhinha, em vez de arbório, e queijo meia-cura no lugar do parmesão. Zanuto irá bater um papo com o público ao lado da jornalista Mariana Weber. Criadora do site “Caderno de Receitas”, no qual compartilha pratos e histórias de comida, Mariana é também autora do livro “Cozinha de Vó”. Ela estará nos dois dias do evento autografando seu livro para o público da feira.
O público poderá ainda se deliciar com a “comida mateira” feita na hora pelo chef Idolo Giusti Neto. De origem italiana, portuguesa e espanhola, Giusti vem de um berço de ouro na culinária. Colonizadores, agricultores e fazendeiros deram origem à história do chef. Com essa bagagem, ele vem cozinhando e trocando experiências com grandes mestres da gastronomia.
Com cerca de 50 expositores, o evento apresentará um grande leque de sabores. “A ideia é trazer uma gastronomia que conta história. Além do tom afetivo, queremos, também, proporcionar o sensorial, a experiência. Um pouco de surpresa e emoção por meio da contação de histórias e degustação dos produtos”, diz Fawsia.
A Comida de Herança terá ainda objetos artísticos ligados à gastronomia, espaço infantil para as crianças, apresentação do grupo Canja Música Árabe (sábado, dia 16, 13h); meditação com foco na experiência do paladar e história da comida (sábado e domingo), e palestra e degustação sobre Pancs (plantas não convencionais), com a equipe do Mato no Prato (domingo, dia 17, a partir das 15hs).
Serviço
Comida de Herança
Data: 16 e 17 de março (sábado e domingo)
Hora: 10h às 19h30
Entrada: R$ 5
Local: Museu da Imigração
Museu da Imigração
Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca – São Paulo/SP
Tel.: (11) 2692-1866
Funcionamento: de terça a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 10h às 17h
R$ 10 e meia-entrada para estudantes e pessoas acima de 60 anos | Grátis aos sábados
Acessibilidade no local – Bicicletário na calçada da instituição
www.museudaimigracao.org.br