Por Odair Sene
Ciente de que haverá mudanças na direção do Consulado Honorário de Santos, nos próximos meses, e que ele não será mais o gestor do órgão, José Augusto do Rosário, nomeado pelo então Cônsul Honorário Armênio Mendes (falecido em outubro de 2017), disse ao Mundo Lusíada que tem acompanhado as reações “tranquilas” por parte da comunidade da baixada, pois as mudanças serão para melhor.
“Como está acontecendo em muitos países, haverá a reestruturação nos Consulados Honorários e a expectativa é que venha a melhorar. As mudanças devem acontecer durante o ano, e até o final deste ano o Consulado deverá ter um representante do Governo assumindo em Santos e mudança também em São Paulo que deve ter um outro diplomata assumindo, mas estamos vendo isso com muita tranquilidade, a comunidade sabe que o Consulado funciona com muita excelência e a comunidade sabe que, quem assumir vai dar continuidade neste serviço que hoje se oferece”, falou.
José Augusto revelou que sente neste período um grande crescimento, tanto pessoalmente quanto profissionalmente, um período de muito aprendizado. “Foi onde eu consegui mostrar toda minha capacidade administrativa através do serviço no Consulado e angariar muitos amigos, de maneira que estou muito confortável em transitar no meio dessa comunidade, porque minha atividade extrapolou meu serviço consular, extrapolou os limites do Consulado”, disse ele explicando que além dessa atividade, se envolveu em outras entidades.
Atualmente José Augusto é presidente da Escola Portuguesa de Santos, é diretor em outras entidades, conselheiro em algumas, como Portuguesa Santista, Centro Cultural Português, Casa da Madeira de Santos, além de trabalhar no desenvolvimento do evento anual “Dia de Portugal” que se transformou no maior evento da comunidade portuguesa da baixada.
“De forma que tudo isso veio a contribuir para meu crescimento, pessoal e profissional, mas foi também uma oportunidade para eu doar um pouco de mim para essa comunidade, e retribuir tudo aquilo que ela me proporcionou ao longo desses anos”, disse.
GOVERNO PORTUGUÊS
Quem também comentou o assunto foi o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que esteve no Brasil para uma visita às comunidades portuguesas residentes em várias cidades, no final de abril.
Durante sua deslocação em São Paulo, sobre o Consulado de Santos, José Carneiro voltou a afirmar que a situação está definida. “As autoridades do Brasil já aceitaram a criação do Escritório Consular, portanto está criado do ponto de vista formal. O compromisso que assumi com os portugueses de Santos será cumprido, os serviços consulares vão ter uma melhoria substantiva do ponto de vista da capacidade de resposta às necessidades dos portugueses em Santos” disse ele ao Mundo Lusíada.
Num pronunciamento na Câmara Portuguesa na capital paulista, Carneiro fez o esclarecimento a toda plateia sobre a situação consular da Baixada.
“O Consulado Honorário de Santos, foi decidido criar um Escritório Consular em termos formais por força do falecimento do nosso cônsul-honorário Armenio Mendes, se não tivesse falecido continuaria a funcionar como sempre funcionou normalmente. Seus filhos não quiseram ficar com essa responsabilidade embora mantenham apoio ao funcionamento dos serviços. A sua passagem para Escritório Consular significa que o consulado fica na dependência do Consulado Geral de Portugal em São Paulo, foi reconhecido já pelas autoridades brasileiras como podendo funcionar, e há uma integração de atos que se faziam em Santos e passam a estar integrados nomeadamente em termos de contabilidade, nos serviços consulares de São Paulo” diz Carneiro citando ainda uma comunidade em Santos “vasta e empreendedora”.