Por Igor Lopes
O Paço Imperial, localizado no centro do Rio de Janeiro, está a ser palco, desde o dia 18 de dezembro, da exposição “Patrimônio Imaterial Brasil-Portugal – a celebração viva da cultura dos povos”, que conta com mais de 200 peças que revelam a riqueza do patrimônio cultural imaterial brasileiro e português.
O acervo é composto por objetos de museus, peças produzidas por mestres e artesãos brasileiros e por comunidades portuguesas, que compõem a cadeia produtiva do patrimônio, incluindo peças de colecionadores. A exposição ficará aberta ao público até o dia 29 de março, de terça-feira a domingo, das 10h às 19h, com entrada livre. A mostra inédita está a ser promovida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Brasil, autarquia vinculada ao Ministério do Turismo, em parceria com a Direção-Geral do Patrimônio Cultural de Portugal (DGPC).
“Trata-se de uma grande feira popular, uma feira que revela a diversidade cultural do povo brasileiro e português, os seus costumes, as suas tradições, os seus povos”, revela Luiz Prado, idealizador do projeto.
“Os elementos da exposição são o resultado de saberes, formas de expressões, celebrações e lugares que as comunidades e grupos formadores da sociedade brasileira desenvolveram no decorrer de séculos. De Norte a Sul, o Iphan atua na salvaguarda desse patrimônio imaterial. E, na exposição, a sociedade poderá conhecer a riqueza, a beleza e a inventividade que fazem parte do dia a dia do brasileiro”, explica o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Hermano Queiroz.
Exposição eclética
A visitação possibilita ao visitante ter contato com técnicas de produção de cerâmicas, de instrumentos musicais, de artefatos indígenas, assim como a representação de ritmos e festividades únicos, incluindo indumentárias de diversas manifestações culturais brasileiras, como o Complexo Cultural Bumba-meu-boi, Maracatus, Festival de Parintins etc. Diversos outros tipos de manifestações culturais acolhidas pelas instituições luso-brasileiras também estão expostos, a exemplo do fado, das matrizes do samba do Rio de Janeiro, do frevo e do modo de fazer renda irlandesa.
“O patrimônio imaterial brasileiro apresenta-se de diversas formas no nosso cotidiano, através de festas e celebrações, ofícios ligados à raiz da cultura brasileira, manifestações de influência indígena, negra, portuguesa, além de tantas outras. A mostra apresenta a riqueza cultural e o processo de construção destes bens que são revelados ao público através de fotos, vídeos, documentos e objetos”, comentam os organizadores da mostra, que confirmam a relevância dessa inciativa como forma de aproximação dos dois países.
Por fim, Luciano Figueiredo, historiador e curador da mostra, acredita que “a exposição permitirá o acesso do público a conhecimentos restritos das comunidades”.