Morre mergulhador depois de ajudar crianças presas em gruta na Tailândia

Da Redação
Com Lusa

Um antigo membro da marinha tailandesa morreu, por falta de oxigênio, depois de ter entregado uma reserva de ar às crianças presas numa gruta inundada no norte da Tailândia.

“Depois de ter entregado uma reserva de oxigênio, ficou sem oxigênio para regressar” à superfície, anunciou o vice-governador da província de Chiang Rai, Passakorn Boonyaluck.

“Ficou inconsciente no caminho de regresso, e o companheiro de mergulho tentou ajudar”, disse o chefe dos comandos da marinha tailandesa, Apakorn Yookongkaew.

Este acidente ocorreu quando as equipes de socorro e busca dos 12 rapazes e do seu treinador de futebol, presos numa gruta há 13 dias, aceleravam os preparativos para a sua retirada, antes do regresso anunciado da chuva.

Os socorristas esperam conseguir, com a ajuda de bombas, baixar o nível da água, de modo a permitir que as crianças não tenham que mergulhar durante muito tempo.

Até ao momento, um mergulhador experiente demora cerca de 11 horas a chegar ao local onde se encontram as crianças: seis horas para ir e cinco horas para regressar, graças a corrente.

O percurso estende-se por vários quilômetros através de canais acidentes, com passagens difíceis sob a água.

Solidariedade

O mundo todo acompanha esse resgate dramático na Tailândia, e ajuda de vários países chegam ao local que tem difícil acesso.

Neste dia 06, até a FIFA anunciou que vai convidar as 12 crianças presas na gruta a assistirem à final do Mundial2018 de futebol, caso sejam resgatadas a tempo e em condições de viajar até à Rússia.

“Se, como espero, reencontrem os seus familiares nos próximos dias e o seu estado de saúde lhes permita viajar, a FIFA ficaria muito feliz em convidá-los a assistir à final do campeonato do mundo”, escreveu o presidente da FIFA, Gianni Infantino, em carta endereçada à federação tailandesa.

O organismo regulador do futebol mundial disse “esperar, sinceramente, que possam estar presentes na final”, agendada para 15 de julho, em Moscovo, apesar de as autoridades tailandesas já terem admitido que as operações de resgate poderão prolongar-se por vários meses.

As crianças, membros de uma equipe de futebol, com idades compreendidas entre 11 e 16 anos, e o seu treinador, de 25 anos, estão presos depois de fortes chuvadas terem inundado várias galerias da caverna, impossibilitando a saída.

Naufrágio

Não o bastante, a Tailândia vive agora um outro drama depois de um naufrágio, pelo menos dez pessoas morreram e 45 estão desaparecidas, sobretudo chineses, de uma embarcação no sul da Tailândia, ao largo da ilha turística de Phuket, na quinta-feira.

A Marinha tailandesa, responsável pelas operações de busca e salvamento, acredita que o número de mortos deve aumentar.

O último balanço oficial apontava para um morto, um turista chinês, e 56 desaparecidos. No entanto, ao início da manhã, as autoridades afirmaram ter encontrado, sem vida, mais nove pessoas.

De acordo com o oficial da Marinha Narong Aurabhakdi, alguns corpos foram encontrados por mergulhadores, ao passo que outros flutuavam na água.

A embarcação afundou-se nas proximidades da ilha de Hae (coral), a cerca de dez quilômetros a sul de Phuket.

As buscas, que tinham sido suspensas na quinta-feira devido às condições meteorológicas adversas, nomeadamente ondulação intensa e ventos fortes, que afetam a zona, foram reativadas nesta manhã, afirmou o comandante da polícia de Phuket, Teerapol Tipcharoen.

Também na quinta-feira, uma segunda embarcação de turismo naufragou a sudeste da ilha da Phuket.

As autoridades locais confirmaram que os 39 turistas europeus e chineses, a bordo da segunda embarcação, foram todos resgatados.

As previsões meteorológicas indicam que a zona vai ser afetada por condições adversas até à próxima terça-feira. A temporada de monções, caracterizada por chuvas fortes, afeta todos os anos, entre junho e outubro, o país.

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