Morre empresário Belmiro de Azevedo, um dos homens mais ricos de Portugal

Da Redação

O empresário Belmiro de Azevedo morreu neste dia 29 aos 79 anos, depois de décadas ligado à Sonae, sendo um dos homens mais ricos de Portugal, disse fonte do grupo à Lusa.

O velório do empresário Belmiro de Azevedo realiza-se hoje na Paróquia de Cristo Rei, no Porto, a partir das 20:00, comunicou o Grupo Sonae. A missa de corpo presente decorre no mesmo local, na quinta-feira, às 16:00, seguida de uma cerimônia fúnebre reservada à família.

Belmiro Mendes de Azevedo nasceu em Marco de Canaveses, Tuias, em 17 de Fevereiro de 1938. Segundo a revista Forbes, Belmiro de Azevedo surge na 1121.ª posição na lista das personalidades mais ricas do mundo de 2016, com uma fortuna avaliada em 2,5 mil milhões de dólares, e ocupava o terceiro lugar na lista das pessoas mais ricas de Portugal.

Belmiro de Azevedo era o mais velho dos oito filhos de Manuel de Azevedo, carpinteiro e agricultor, e de Adelina Ferreira Mendes, costureira. No Porto, depois dos estudos secundários, Belmiro de Azevedo seguiu para a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Em 1959, porém, teve de interromper os estudos, ao ser chamado a cumprir o serviço militar obrigatório. Em 1964 completou a licenciatura em Engenharia Química.

Ainda estudante, Belmiro de Azevedo entrou para a Efanor (Empresa Fabril do Norte), localizada na Senhora da Hora. Pouco depois ingressa na Sonae (Sociedade Nacional de Estratificados), cujo controle viria a assumir em 1974. Durante anos, foi polêmico o conflito judicial entre Belmiro de Azevedo e a família de Afonso Pinto de Magalhães, fundador da empresa.

Sob o seu comando, a Sonae estendeu a sua atividade a novas áreas como a dos hipermercados (Continente e Modelo), a das comunicações (jornal Público) e a das telecomunicações (Optimus). Posteriormente, o grupo procurou expandir-se internacionalmente e apostou no retalho especializado (Bonjour, Vobis, Worten, Sportzone, etc.). A partir de 1985, a Sonae passou a ser cotada na Bolsa de Valores e Belmiro torna-se acionista maioritário do grupo.

Em 1975, nos Estados Unidos da América, obteve um diploma de especialização em Gestão de Empresas, na Universidade de Harvard, e, uma década depois, em 1985, diplomou-se no Financial Management Program da Universidade de Stanford.

Em paralelo com a atividade empresarial, criou, em 1991, a Fundação Belmiro de Azevedo, que desenvolve a política de mecenato da empresa, nas áreas da Educação, das Artes, da Cultura e da Solidariedade, em ações de parceria com indivíduos e entidades e contando com os colaboradores da empresa em ações de voluntariado. Em 2008, esta fundação abriu em Matosinhos o Colégio Efanor, no lugar das velhas instalações fabris onde Belmiro deu início à sua carreira profissional.

Com a morte de António Champalimaud, Belmiro de Azevedo tornou-se em 2006, no único português a figurar na famosa lista da revista Forbes, com um fortuna avaliada em 1,6 mil milhões de euros. Considerado durante alguns anos o cidadão mais rico de Portugal, foi Presidente do Conselho de Administração do grupo Sonae. Sua fortuna, que em 2007 era estimada em 3 mil milhões de euros, o que ainda lhe dava a liderança entre as fortunas do país, caiu mais de 50% em dois anos, passando para 1,4 mil milhões de euros em 2009.

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