Moedas e barras de ouro das épocas colonial e imperial do Brasil em exposição no Rio

Da Redação
Com agencias

MoedaColonial_ImperioUma exposição inédita exibe pela primeira vez ao público peças raras de uma valiosa coleção de numismática que fazem parte da história do Brasil colonial e imperial. A mostra BES Numismática e o Brasil, aberta em 21 de março no Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro, reúne 150 moedas e barras de ouro, selecionadas entre os 13 mil itens do acervo do Banco Espírito Santo, uma das mais importantes instituições financeiras portuguesas. A exposição é um dos eventos do calendário do Ano de Portugal no Brasil, que será celebrado até junho.

Nem mesmo em Portugal, onde a coleção está depositada, as raridades agora expostas na Casa do Trem, uma das edificações históricas do MHN, foram mostradas ao público. As moedas e barras de ouro retratam três séculos de história luso-brasileira, desde o reinado de dom João IV (1640-1656) até o de dom Pedro II, imperador do Brasil (1831-1889). Foram selecionadas entre as cerca de 2 mil peças de ouro do Brasil que integram a coleção portuguesa.

Durante o período colonial, a atividade de cunhagem de moedas foi intensa no Brasil, que com a sua produção de ouro e diamantes era a joia da Coroa lusa. Os invasores holandeses, no entanto, foram os primeiros a cunhar moedas, no Recife. Mais tarde, os portugueses instalaram quatro casas da moeda: em Pernambuco, na Bahia, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

“A numismática é uma ciência documental e testemunho histórico. A partir do fim do império, a maior parte da produção numismática brasileira ficou restrita a apenas alguns círculos”, disse o comissário-geral do Ano de Portugal no Brasil, Miguel Horta e Costa. Segundo ele, com a exposição o Ano de Portugal no Brasil pretende difundir o estudo e o colecionismo de moedas, “pontuado pelo encontro histórico, econômico e cultural entre os dois países”.

A peça 1822R, cunhada por ocasião da coroação de dom Pedro I como Imperador do Brasil, no Rio de Janeiro, é o item mais importante da coleção em exibição no MHN. Também merecem destaque a dobra cunhada em 1733 no Rio, com apenas três exemplares no mundo; as peças de 6.400 réis cunhadas na Bahia, em 1729 e 1730; e a barra de ouro Goiás de 1790, todas com exemplares únicos na mostra.

Há ainda raríssimos florins em ouro do domínio holandês, cunhados entre 1630 e 1654 em Pernambuco. A mostra é complementada com a projeção de vídeos e apresentação de peças relacionadas à numismática, como balanças de precisão e sacos para o transporte de moedas.

Segundo a direção do museu, a escolha da Casa do Trem para abrigar a exposição tem um significado especial neste ano de 2013, em que a edificação comemora 250 anos do término de sua construção. A Casa do Trem, na época colonial, era usada como arsenal das tropas portuguesas que protegiam a cidade.

A própria coleção de numismática do Museu Histórico Nacional está alocada na Casa do Trem. Considerada a maior do gênero na América Latina e uma das mais importantes do mundo, compreende mais de 146 mil peças, entre moedas, valores impressos, medalhas, ordens honoríficas e filatelia.

A exposição BES Numismática e o Brasil fica em cartaz até 20 de junho e pode ser vista de terça a sexta-feira, das 10h às 17h30, e sábados, domingos e feriados, das 14h às 18h. Os ingressos custam R$ 8, mas aos domingos a entrada é grátis. O museu oferece várias isenções de pagamento e as  informações sobre essas gratuidades estão disponíveis no site www.museuhistoriconacional.com.br. O Museu Histórico Nacional fica na Praça Marechal Âncora, no centro do Rio.

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