Da Redação
A Assembleia Geral elegeu cinco novos membros não permanentes do Conselho de Segurança para o biênio 2023-2024.
Moçambique, com 192 votos, teve o maior número entre os concorrentes, incluindo Equador com 190, Japão com 184, Malta com 185 e Suíça com 187.
O mandato será de dois anos a partir de 1º de janeiro de 2023. No período, o Brasil terminará sua 11ª participação.
Pela primeira vez, o país africano de língua portuguesa ocupará o assento reservado ao grupo regional ocupando a cadeira do Quênia.
Na véspera da eleição, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Cravinho, destacou o apoio a Moçambique em entrevista à ONU News.
“Moçambique pode contar com o apoio entusiasta de Portugal. Nós acreditamos que Moçambique é um país com muita experiência da vida internacional. Aliás, em certos momentos da sua história, viveu uma experiência difícil, com missões das Nações Unidas em território moçambicano. E essa experiência traz algo de significativo para o trabalho do Conselho de Segurança. Os temas que Moçambique tem identificado como importantes de combate ao terrorismo, questões da ligação entre alterações climáticas e segurança, são temas de nós consideramos também vitais para o trabalho do Conselho de Segurança. Portanto, nós estamos convencidos que Moçambique vai fazer um grande lugar.”
É a primeira vez que Moçambique e Suíça se candidatam ao Conselho de 15 Estados-membros.
Japão teve o assento que deve ser ocupado por um país do Grupo da Ásia e dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento do Pacífico. O país cumprirá o 13º mandato de sua história, o maior no órgão das Nações Unidas.
Na vaga para o Grupo Latino-Americano e Caribenho, Equador substituirá o México.
Malta e Suíça ocupam os lugares reservados ao Grupo da Europa Ocidental e Outros com a chegada ao fim deste ano, dos mandatos da Irlanda e da Noruega.
O Conselho de Segurança tem 10 assentos rotativos e cinco permanentes: França, China, Estados Unidos, Reino Unido e Rússia.
Verónica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Comunicação de Moçambique, disse na quarta-feira em entrevista à Lusa que a experiência do país no combate ao terrorismo em Cabo Delgado será importante nas novas funções.
“Levaremos não só a nossa experiência”, mas também o relato “da prática que os terroristas usam para aterrorizar as pessoas, porque é para isso que existem, para destruir, para matar, para roubar, enfim, para fazer tudo o que é negativo, que prejudique as populações, que prejudique os países”, lamentou.