Moçambique é primeiro lusófono africano a discursar na Assembleia da ONU

Presidente de Moçambique discursou na 68ª sessão da Assembleia Geral; o líder moçambicano também reiterou o apelo pela paz e estabilidade na Guiné-Bissau e na República Democrática do Congo, e destacou contributos para a agenda do desenvolvimento.

 

Da Redação
Com Rádio ONU

Foto Arquivo: Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, durante audiência no Palácio Presidêncial, julho de 2011, em Maputo. ANTÓNIO SILVA/LUSA
Foto Arquivo: Presidente de Moçambique, Armando Guebuza, durante audiência no Palácio Presidencial, julho de 2011, em Maputo. ANTÓNIO SILVA/LUSA

O presidente de Moçambique falou nesta terça-feira, 24 de setembro, durante os debates de alto nível da 68ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Na sede da ONU, em Nova Iorque, Armando Guebuza, saudou a criação da Agenda de Desenvolvimento pós-2015.

O líder moçambicano defendeu que o plano global seja baseado nos princípios da inclusão, sustentabilidade e responsabilidade compartilhada entre parceiros. “Moçambique teve o privilégio de fazer parte do grupo de países escolhidos para proceder à auscultação nacional deste painel. A aposta na sociedade civil moçambicana para conduzir este processo é digna de louvor, pois reforçou o princípio de apropriação nacional do processo.”

Em seu discurso, Guebuza lembrou que o país realiza eleições municipais em novembro e as gerais no próximo ano. O presidente salientou o compromisso de Moçambique com a democracia.

Estabilidade

A segurança na Guiné-Bissau também ganhou destaque no pronunciamento de Armando Guebuza. “No quadro da nossa presidência da Cplp, continuamos empenhados na estabilização da Guiné-Bissau. Saudamos a entrega dos atores guineenses para devolverem a estabilidade ao seu país. Gostaríamos de reiterar o nosso apelo para que a comunidade internacional continue a mobilizar-se para a realização das eleições e para o fortalecimento das instituições do Estado guineense.”

Quénia

Em relação ao episódio recente de um ataque terrorista em um centro comercial no Quénia, o presidente de Moçambique disse estar chocado com a tragédia e enviou solidariedade ao povo e governo quenianos.

A violência na região africana dos Grandes Lagos também foi salientada no discurso de Armando Guebuza. “A estabilização da RDC, República Democrática do Congo, continua a ser um desafio para a nossa região. Reiteramos o nosso apelo a todos os signatários para honrarem o preceituado neste acordo. Apelamos aos atores congoleses para concluírem as negociações de Kampala, tendo em vista o retorno à estabilidade duradoira na RD C.”

Guebuza fez referência ao Acordo para Paz, Segurança e Cooperação na RD Congo, assinado durante a Conferência para os Grandes Lagos, em fevereiro.

Por fim, o presidente moçambicano reiterou o compromisso de seu país com os “nobres ideais das Nações Unidas.” No pronunciamento feito à Assembleia Geral, Armando Guebuza também cobrou o cumprimento de promessas da comunidade internacional aos chamados países pobres com vista ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, ODMs.

O presidente de Moçambique convidou a comunidade internacional a participar numa conferência sobre o banimento de minas, a decorrer na capital moçambicana no próximo ano.

Questões Sensíveis

Em entrevista à Rádio ONU, o estadista moçambicano falou de parcerias a serem estabelecidas pelo país no âmbito do evento. “Naturalmente vou encontrando mais parceiros nossos, alguns a nível unilateral e bilateral. Creio que esta é uma oportunidade que vamos ter para discutir questões sensíveis da paz e de desenvolvimento que incluem um encontro do Stock Exchange (Bolsa de Valores) e esta manhã tive um encontro ligado à malária”, disse.

Armando Guebuza teve um encontro da comissão de chefes de estado e de governo africanos sobre mudanças climáticas após intervir na iniciativa “Rede de Ação Multissetorial para a Malária”.

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