Da Redação com Lusa
A estrutura de missão para as comemorações dos 50 anos da Revolução do 25 de Abril anunciou que vai financiar linhas de apoio às artes e à investigação com 1,8 milhões de euros em 2023.
No âmbito das celebrações, a Estrutura de Missão para as Comemorações estabeleceu parcerias com a Direção-Geral das Artes (DGArtes) e com o Instituto para o Cinema e o Audiovisual (ICA) para financiar projetos em todas as áreas artísticas no próximo ano.
Segundo a estrutura de missão, no primeiro trimestre de 2023, a DGArtes abrirá concursos no valor de um milhão de euros, que contemplam todos os domínios artísticos: artes performativas (circo, dança, música, ópera e teatro); artes visuais (arquitetura, artes plásticas, design, fotografia e novos media); e cruzamento disciplinar.
Quanto aos concursos do ICA, a abrir também no primeiro trimestre do próximo ano, ascendem a 790 mil euros, e organizam-se em duas vertentes: apoio à produção de primeiras obras cinematográficas e a documentários, e apoio à formação de públicos nas escolas, acrescenta.
A Estrutura de Missão de celebração dos 50 anos da Revolução pretende ainda estabelecer uma parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) entre 2023 e 2025, com uma linha especial de apoio a projetos de investigação de curta duração (até um ano) subordinados ao tema.
Ainda no âmbito das comemorações, a entidade vai realizar uma mostra expositiva, conversas e um colóquio, em dezembro, dos 50 anos sobre a Vigília da Capela do Rato, em Lisboa.
Por iniciativa de um grupo de católicos, a 30 de dezembro de 1972 organizou-se uma vigília de 48 horas com o objetivo de refletir sobre a paz e sobre a guerra nas colônias, à qual aderiram também não-católicos.
Este encontro acabaria por ser interrompido pelas forças policiais, resultando em mais de uma dezena de detenções e na demissão dos funcionários públicos presentes.
Para assinalar a data, a 08 de dezembro de 2022, pelas 15:00, na Igreja de São Domingos, em Lisboa, será inaugurada a mostra expositiva “A Paz é Possível. A vigília da Capela do Rato e a contestação à Guerra Colonial”.
Segue uma conversa sobre o tema “A Paz é Possível: afirmação impossível?”, na qual participam, segundo a Estrutura de Missão, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, o cónego António Janela, e o professor universitário e investigador Luís Moita, e que será moderado pela jornalista Cândida Pinto.
A comissão organizadora destas iniciativas é composta por Jorge Wemans, António Araújo, Paulo Fontes, Nuno Estêvão Ferreira, Ângela Barreto Xavier e pela Estrutura de Missão para as Comemorações do Quinquagésimo Aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974.
São parceiros da iniciativa a Presidência da República, a Capela do Rato, a Igreja de São Domingos, a Câmara Municipal de Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Câmara Municipal de Vila Viçosa, o Arquivo Ephemera, e o Centro de Estudos de História Religiosa – Universidade Católica Portuguesa.
A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, ou 25 de Abril, é na história de Portugal resultante do movimento político e social de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático.