Da redação com Lusa
Nesta segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia chegaram a um acordo político, em Bruxelas, para duplicar o financiamento de apoio militar à Ucrânia com 500 milhões de euros suplementares, fixando-o assim nos 1.000 milhões.
“Sim, houve acordo dos ministros dos Negócios Estrangeiros para o reforço do apoio em equipamento militar à Ucrânia através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz”, disse o ministro Augusto Santos Silva aos jornalistas no final do Conselho.
O Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, que colocara a proposta sobre a mesa durante a cimeira informal celebrada em 10 e 11 de março em Versalhes, França, também se congratulou com o “acordo político” hoje alcançado, apontando que a decisão ainda terá de ser formalizada.
Por ocasião da apresentação da proposta de “mais 500 milhões de euros de contribuição para o apoio militar à Ucrânia”, através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, elevando assim para 1.000 milhões de euros o financiamento pela UE de aquisição e fornecimento de armas para apoiar as Forças Armadas ucranianas a combater a invasão russa, Borrell sublinhou que “todos estão conscientes de que é necessário aumentar o apoio militar à Ucrânia e colocar mais pressão sobre a Rússia”.
Em 27 de fevereiro, ao quarto dia da operação militar lançada pela Rússia na Ucrânia, a UE aprovou a inédita decisão de financiar o fornecimento de armamento a um país terceiro, aprovando um pacote de 450 milhões para a aquisição de armas letais, mais 50 milhões para material não letal, designadamente combustível e equipamento de proteção.
Na altura, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, estimou que a contribuição portuguesa para esse primeiro pacote de 500 milhões rondasse os “8 a 10 milhões de euros”.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.
Marco
Os ministros portugueses da Defesa, João Gomes Cravinho, e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, saudaram hoje a aprovação da «bússola estratégica», considerando que se trata de um “marco” para a União Europeia em termos de política de defesa.
Cravinho disse que é “com grande satisfação” que Portugal vê aprovado este plano de ação, para o qual contribuiu durante a presidência portuguesa do Conselho, no primeiro semestre de 2021.
Também Augusto Santos Silva considerou que “a «bússola» é um documento muito importante de orientação estratégica”, que contempla vários compromissos concretos, alguns dos quais caros a Portugal, como o reforço das missões militares e civis no quadro da Política Comum de Segurança e Defesa.