Da Redação com Lusa
O ministro português dos Negócios Estrangeiros (MNE), João Gomes Cravinho, acredita que vai ser possível evitar a greve de seis semanas convocada pelo sindicato dos trabalhadores nas missões diplomáticas e postos consulares.
“Há espaço para o diálogo e será possível, o sindicato querendo, evitar essa greve”, afirmou Gomes Cravinho, confiando que “no próximo par de semanas” será “possível encetar diálogo e olhar para algumas das suas reivindicações”.
O chefe da diplomacia, que falava numa conferência de imprensa no final de uma reunião de trabalho, em Lisboa, com o seu homólogo dos Países Baixos, adiantou que algumas reivindicações, por exemplo dos funcionários no Brasil, “já foram atendidas”.
O ministério tinha já, na segunda-feira, revelado em resposta dada à Lusa que a portaria relativa às perdas acumuladas do Brasil tinha sido consensualizada e seria brevemente publicada.
Sobre a situação dos funcionários da embaixada do Qatar, Gomes Cravinho disse que é “uma questão pontual que está em vias de ser resolvida”.
O ministro respondia no seguimento de acusações do secretário-geral adjunto do STCDE – Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros, de que o Estado português mantinha trabalhadores nas mesmas condições que outros imigrantes naquele país, que tanta atenção têm merecido a propósito do Mundial2022, questionando por exemplo a falta de seguro de saúde.
Para o Qatar, onde trabalham três funcionários na embaixada portuguesa, foram temporariamente destacados mais dois, para apoiar a comunidade que para ali se desloque para assistir aos jogos de futebol do Mundial2022.
O MNE português, no esclarecimento feito segunda-feira já tinha dito que “a situação do seguro de saúde dos funcionários afetos à referida embaixada está já a ser regularizada”.
A greve dos trabalhadores nas missões diplomáticas e postos consulares, para decorrer entre 05 de dezembro deste ano e 12 de janeiro de 2023, foi decretada pelo STCDE.
O sindicato denunciou, entre outras questões, “a inércia do Governo em aprovar novas tabelas salariais aplicáveis a todos os trabalhadores” e acusou o Governo português de não concretizar os acordos que foram feitos nos últimos tempos, em várias matérias.