Ministro português desloca-se a Moçambique a convite da Defesa

Da Redação
Com Lusa

O ministro português da Defesa, Gomes Cravinho, reúne-se na quarta-feira, em Maputo, com o homólogo moçambicano, Jaime Bessa Neto, no âmbito de uma “visita de trabalho” sobre a cooperação bilateral nesta área e as relações entre Europa e África.

João Gomes Cravinho estará em Moçambique entre quarta e sexta-feira, a convite do homólogo Jaime Bessa Neto, com quem se reunirá na capital, Maputo, no primeiro dia da “visita de trabalho”, indica uma nota do Ministério da Defesa Nacional.

A visita visa “abordar a Cooperação no Domínio da Defesa (CDD) existente entre os dois países, no âmbito da negociação de um novo Programa-Quadro”, adianta o ministério da Defesa na mesma nota, sublinhando que o Acordo de Cooperação Técnica no Domínio Militar entre Portugal e Moçambique foi assinado, nesta mesma data, em 1988.

Outro dos temas em análise no encontro, acrescenta, será “a prioridade conferida pela Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (PPUE), que se iniciará em janeiro de 2021, ao estreitamento das relações no domínio da segurança e defesa entre a Europa e África”.

A última visita de um ministro da Defesa português a Moçambique realizou-se em fevereiro de 2018, sendo na altura o titular da pasta Azeredo Lopes.

No passado dia 27 de novembro, o ministro da Defesa assumiu que a presidência portuguesa da União Europeia terá como prioridade o reforço da parceria com África em matéria de paz e segurança, visando travando a “crescente instabilidade e violência” no continente.

Intervindo num seminário sobre Defesa, em Lisboa, Gomes Cravinho sublinhou a importância de uma parceria europeia com o continente africano “em matéria de paz e segurança”.

Questionado pelos jornalistas dois dias antes, em 25 de novembro, João Gomes Cravinho admitiu a possibilidade de Portugal enviar forças militares para ajudar Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, em função do que as autoridades daquele país pretendam, destacando a experiência das Forças Armadas portuguesas na área da formação, incluindo naquele país.

“Portugal está disponível. Moçambique é um país irmão, da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), um país com o qual sentimos grande proximidade e estamos obviamente sempre disponíveis. Em primeira linha, compete às autoridades moçambicanas estabelecer aquilo que entendem por útil. Portugal está completamente disponível”, disse Gomes Cravinho.

Na ocasião, o ministro da Defesa sublinhou que “Portugal tem múltiplas valências que têm sido visíveis” nas Forças Nacionais Destacadas e sublinhou que Portugal tem “uma longa experiência de trabalho com Moçambique”.

“Há também um diálogo com a União Europeia (UE) e, havendo uma missão da UE, naturalmente Portugal participaria, mas temos a nossa cooperação bilateral, que continuará e será seguramente reforçada neste âmbito”, concluiu Gomes Cravinho.

A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.

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