Da Redação
Com Lusa
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, disse nesta segunda-feira esperar que o comportamento da economia portuguesa face a uma eventual terceira vaga da pandemia, após o Natal, seja melhor que o verificado nas anteriores.
“É expectável que se uma terceira vaga suceder, toda esta aprendizagem, e num contexto em que já há vacinação, se possa esperar um efeito muito mais contido na economia”, disse Mário Centeno aos jornalistas, na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Econômico.
O BdP manteve neste dia 14 as previsões para a economia portuguesa em 2020, antecipando uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 8,1%, de acordo com o Boletim Econômico hoje divulgado, e para 2021 espera um crescimento econômico de 3,9%.
“Nós não divulgamos projeções trimestrais, mas nós temos uma recuperação gradual claramente mais a partir do segundo trimestre, da economia, em 2021, sendo que o que aqui está subjacente é precisamente alguma manutenção de medidas de contenção no primeiro trimestre de 2021 e depois, então, um retomar da atividade econômica com mais intensidade a partir e incluindo o segundo trimestre” de 2021, acrescentou o governador.
Durante a apresentação do Boletim Econômico, Mário Centeno adiantou que o Banco de Portugal espera uma queda do PIB de 1,8%, em cadeia, no quarto trimestre deste ano, algo que terá efeitos no arranque do próximo ano.
Mário Centeno alertou, assim, que “o efeito de arrastamento para 2021 não é totalmente favorável, neste momento”, quando comparado com previsões anteriores, em particular com as de outubro.
“Tínhamos o mesmo número para o ano [de 2020, que é de -8,1%], mas com uma composição trimestral bastante diversa, com menos crescimento no terceiro trimestre e mais crescimento no quarto trimestre”, disse o antigo ministro das Finanças.
Desta forma, e mesmo face ao crescimento previsto para 2022 (4,5%), “a taxa de crescimento para 2021 está muito afetada pelo mau ponto de partida originado no quarto trimestre de 2020”, disse Mário Centeno, considerando que “é um pouco enganadora para a dinâmica que, trimestre após trimestre, se irá consubstanciando em Portugal”.