Da Redação com Lusa
O ministro da Economia defendeu nesta terça-feira um equilíbrio entre a resolução do problema da habitação no país e as expectativas do alojamento local, à margem de uma conferência sobre turismo, que tem criticado a medida para limitar esses espaços.
“Precisamos de encontrar um equilíbrio entre os problemas da habitação, que é absolutamente fulcral no nosso país, e também as expectativas que foram criadas ao nível do alojamento local e preocupa-me, sobretudo, nas zonas fora das grandes áreas metropolitanas, onde muita gente investiu as suas mais-valias e, portanto, tinham expectativas”, afirmou o ministro da Economia e do Mar.
António Costa Silva falava à margem da primeira conferência VisitPortugal, em Lisboa, sobre o setor do turismo, de onde têm surgido vozes a criticar medidas do programa do Governo Mais Habitação, nomeadamente a intenção de limitar os espaços de alojamento local.
O governante disse ainda que a discussão pública do programa poderá levar o Governo a “afinar e calibrar” as medidas que venham a ser tomadas em termos de habitação.
“Penso que tem de haver esse equilíbrio entre a resolução do problema da habitação e depois o desenvolvimento das outras atividades econômicas”, insistiu.
Questionado sobre as afirmações do presidente da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), Fernando Garrido, que defendeu a valorização das profissões, para atrair trabalhadores e estudantes para um setor que não é considerado “sexy”, Costa Silva lembrou que há “vários programas” a decorrer para apostar nos empregos da hotelaria, vincando que “sem recursos humanos bem formados” não haverá “crescimento consistente da indústria turística”.
“O PIB [produto interno bruto] do país atingiu, o ano passado, mais de 210.000 milhões de euros, o turismo deu uma contribuição inestimável e o país precisa de crescer e crescer de forma consistente para o futuro, não só na área do turismo, também nos outros setores”, apontou o ministro da Economia.
Para Costa Silva, é preciso “apontar agora aos 250.000 milhões de euros”. “Para isso, temos de galvanizar o país, galvanizar todos os setores, ter políticas públicas ainda mais amigas e que consigam fazer essa transformação”, acrescentou.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou hoje o crescimento do PIB de 6,7% em 2022, o mais alto desde 1987, mantendo, assim, a variação de crescimento avançada em 31 de janeiro e que se situa uma décima abaixo da previsão do Governo.
A autoridade estatística divulgou também hoje que o setor do alojamento turístico ultrapassou os níveis pré-pandemia em janeiro, com 1,5 milhões de hóspedes e 3,5 milhões de dormidas, mais 3,2% e 6,5% do que no mesmo mês de 2020.