Da Redação
Com Lusa
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, declarou em Washington, nos Estados Unidos, que a globalização criou um fenômeno que apelidou de “ideologia das mudanças climáticas” e que atualmente ataca o Brasil.
“O globalismo [globalização] tem hoje três instrumentos. Um é a ideologia das mudanças climáticas, outra é a ideologia de gênero e a terceira, a oikofobia, o ódio à sua própria nação”, disse o ministro brasileiro num evento do grupo conservador Heritage Foundation, esta quarta-feira.
“O ponto principal da ditadura do clima (…) é o fim do debate político normal (…) Como alguém em tempos de paz pode sonhar em quebrar a soberania de um país como o Brasil dizendo que a Amazônia está em chamas? De novo, por causa de ideologia, dessa reclamação de crise climática”, acrescentou.
Segundo Araújo, o debate atual sobre mudanças climáticas seria exagerado porque “parece que o mundo está morrendo” e que os defensores de teses que ele classifica de ideologia climática “querem criar um equivalente moral para a guerra, a fim de impor políticas e restrições que vão contra as liberdades fundamentais”.
O ministro brasileiro reconheceu a existência das mudanças climáticas, mas questionou o maior consenso científico sobre a responsabilidade das atividades humanas nesse fenômeno.
“Existe mudança climática? Sim, sempre houve. É devido à ação humana? Não está claro. É catastrófico? Parece que não”, disse ele.
Na visão do representante do Governo brasileiro, as vitórias eleitorais de Donald Trump, nos EUA, de Jair Bolsonaro, no Brasil, e a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’) são elementos comuns de uma “insurgência” popular contra as “bobagens” do globalismo e a ditadura das mudanças climáticas.
“Trump, Bolsonaro e o ‘Brexit’ fazem parte de um processo global. Faz parte da mesma insurgência contra o absurdo”, afirmou.
Araújo também garantiu que os incêndios dentro da floresta amazônica permanecem dentro da “média histórica” e lamentou que “as mudanças climáticas tenham sido capturadas por interesses políticos” para atacar o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
O Governo brasileiro foi fortemente questionado nas últimas semanas pela comunidade internacional por causa do ressurgimento de grandes ações de desflorestação e incêndios na Amazônia dentro do território do país.
As declarações do ministro brasileiro aconteceram poucos dias antes de Bolsonaro abrir a próxima Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontecerá a 24 de setembro na sede da organização, em Nova Iorque.