Ministro apresentou na ONU prioridades da diplomacia portuguesa até 2021

Da Redação
Com Lusa

As prioridades dos próximos dois anos da diplomacia portuguesa são a organização da Conferência dos Oceanos, em Lisboa, em 2020 e o reforço da parceria euro-africana na presidência portuguesa da UE, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Portugal apresentou as prioridades da política externa para os próximos dois anos, no quadro da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, notando “cristalinamente” uma vantagem política, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva.

“Nós temos uma grande vantagem na política externa portuguesa, que se vê cristalinamente nestas ocasiões. Nós preparamos conjuntamente e apresentamos sistematicamente a nossa posição nacional através dos diferentes porta-vozes que vamos mobilizando”, disse Augusto Santos Silva à Agência Lusa.

O MNE considerou que a participação portuguesa na Assembleia Geral, em Nova Iorque, durante toda esta semana, manteve-se em linha com “as grandes agendas multilaterais de hoje, ligadas ao clima, oceanos e desenvolvimento”.

Pelas palavras do chefe da diplomacia portuguesa, a política nacional quer ligar, através dos direitos humanos, as questões de paz e segurança com o desenvolvimento sustentável.

O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou o lançamento oficial da aliança dos multilateralistas, liderada pela Alemanha e pela França, como “um dos mais importantes acontecimentos de mobilização” durante esta semana.

Augusto Santos Silva disse acreditar que a aliança dos multilateralistas vai ser importante para demonstrar que nenhuma das grandes questões mundiais pode ser trabalhada de forma unilateral.

“A grande maioria dos países compreende que os bens comuns do mundo têm de ser salvaguardados por nós todos e os problemas comuns do mundo têm de ser enfrentados por nós todos”, afirmou.

Durante a semana da Assembleia Geral, Portugal coorganizou uma reunião ministerial sobre o clima e os processos migracionais, juntamente com a Organização Internacional das Migrações e com a missão permanente de Fiji junto das Nações Unidas, como também deu apoio a uma iniciativa da UNESCO em favor de um novo relatório sobre a educação mundial.

Com o primeiro evento, a delegação portuguesa pretendeu chamar a atenção para as consequências das alterações climáticas para os processos migratórios e lembrar que o Pacto Global das Migrações, que foi aprovado por uma vasta maioria de países das Nações Unidas em dezembro do ano passado, tem os instrumentos necessários para uma resposta organizada.

Segundo Santos Silva, Portugal foi o primeiro país do mundo a aprovar no passado dia 01 de Agosto o plano nacional de implementação do Pacto Global das Migrações e, por isso, “é natural que Portugal seja um país muito escutado nestas questões”.

O país foi representado na ONU e nos encontros à margem da Assembleia Geral pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o ministro do Ambiente e Transição Energética, João Matos Fernandes, a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

O MNE participou também da reunião de ministros da NATO, que ocorreu na quarta-feira e permitiu fazer o ponto da situação sobre o Irão, Venezuela, Ucrânia, Rússia e China.

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