Ministra pede aos hospitais de Lisboa que abram já todos os leitos possíveis

A ministra da Saúde, Marta Temido, à chegada para a conferência de imprensa diária sobre o novo coronavírus (covid-19), realizada no Ministério da Saúde, em Lisboa, 16 de setembro de 2020. JOSÉ SENA GOULÃO/POOL/LUSA

Da Redação Com Lusa
A ministra portuguesa da Saúde pediu aos hospitais de Lisboa que abram já nesta fase todas as camas possíveis, numa altura em que administrações de sete hospitais pediram maior equilíbrio na distribuição de doentes entre unidades periféricas e centrais.

Segundo noticia o Diário de Notícias, a reunião de Marta Temido com os hospitais de Lisboa, na quarta-feira, destinava-se a avaliar a capacidade instalada nos hospitais da região, mas acabou por ficar “um alerta da ministra para que todos se mobilizem da mesma forma e que disponibilizem já o máximo das suas capacidades para se combater a pior fase da pandemia”.

Um pedido que, segundo o DN, foi entendido “como sendo mais um recado para os hospitais que ainda não atingiram a sua taxa de esforço”, como os do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) – S.José, Capuchos, Santa Marta, Dona Estefânia, Curry Cabral e Maternidade Alfredo da Costa – e do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) – Santa Maria e Pulido Valente.

O jornal escreve ainda que, dia 22 de janeiro, estes hospitais registravam uma taxa de esforço de 25% e 32,1%, respetivamente, enquanto as outras unidades da periferia da capital já estavam com taxas acima dos 40%, 50%, 60% e 70%.

Numa carta divulgada na quarta-feira pelo jornal I, as administrações de sete hospitais pediram maior equilíbrio na distribuição de doentes, exemplificando com as taxas de esforço: “Os Centros Hospitalares de Setúbal e Barreiro/Montijo e os Hospitais Beatriz Ângelo, Garcia de Orta, José de Almeida, Prof. Doutor Fernando Fonseca e de Vila Franca de Xira apresentam taxas de esforço do seu internamento de doentes covid-19 em enfermaria, no dia 22 de janeiro, situados entre os 45% e os 71%”.

Os responsáveis por estas unidades compararam com os centros hospitalares universitários de Lisboa Central e Lisboa Norte, com ocupações de 25% e 32,1% na mesma data, frisando que se trata de “uma taxa claramente abaixo do valor médio dos hospitais da região (44,4%)”.

A exceção, dizem, vai para o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que apresenta uma taxa de esforço de 50,6%.

“Existem, naturalmente, diferenças locais, as quais têm implicado que essa pressão assuma valores diferentes entre os hospitais, mas é evidente que a cintura de Lisboa é a área mais flagelada pela pandemia e pela sua expressão em procura de cuidados hospitalares”, consideram.

Segundo o DN, as taxas de esforço dos centros hospitalares mais pequenos, como do Oeste, que integra o Hospital de Peniche e Torres Vedras, já eram de 43%, enquanto a do Médio Tejo, que abrange as unidades de Abrantes, Torres Novas e Tomar, é de 38,7%, e a de Santarém 39,7%. Todas acima das outras duas grandes unidades, aliás, “as maiores do país e com muito maior capacidade de internamento e de cirurgia do que qualquer outra unidade periférica”.

Na carta revelada na quarta-feira, as administrações hospitalares referem que o problema da se verifica sobretudo no internamento em enfermaria, uma vez que nos cuidados intensivos “a situação é mais equilibrada”.

Segundo o DN, tanto o CHULC como CHULN “já se estão a preparar para abrir mais camas nas próximas horas e dias”. No caso do Lisboa Central, deverá ser aberta mais uma enfermaria no Curry Cabral e mais camas em UCI, enquanto o CHULN deve abrir uma enfermaria com mais de 20 camas, mais camas em UCI e mais espaço na urgência covid, onde estão a terminar as obras, escreve o jornal.

Os dados revelados na quarta-feira pela Direção-Geral da Saúde referem que dos 15.073 casos novos de covid-19 detectados nas 24 horas anteriores, 7.605 foram na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Em Portugal já morreram 11.305 pessoas, dos 668.951 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus.

Segundo informou o governo, Portugal já recebeu 377.770 doses da vacina da Pfizer, e 8.400 da vacina da Moderna. Quase 250 mil primeiras doses da vacina já foram distribuídas e mais de 53 mil segundas doses, havendo 71.600 profissionais de saúde já vacinados.

Nesta quinta-feira, a ministra da Saúde esteve no parlamento respondendo as perguntas dos deputados:

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