Da Redação com Lusa
A ministra da Justiça de Portugal justificou nesta terça-feira não se ter pronunciado antes sobre a fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale dos Judeus ocorrida no sábado com a necessidade de dar “espaço à investigação” do caso.
“Enquanto ministra da Justiça, entendi ser crucial dar espaço à investigação, não contribuindo para o ruído de fundo, que surge sempre nestes momentos”, alegou Rita Alarcão Júdice, em conferência de imprensa, em Lisboa.
A governante confirmou que recebeu hoje o relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Este relatório resulta do inquérito instaurado no sábado, dia em que a aconteceu a fuga dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre.
Na sequência da entrega do relatório, “entendo ser o momento para falar”, salientou Rita Alarcão Júdice, que classificou como de “gravidade extrema” a fuga de cinco reclusos perigosos, em plena luz do dia, com ajuda externa, saltando dois muros, um deles com seis metros.
Auditoria
A ministra ainda anunciou uma auditoria urgente à segurança dos 49 estabelecimentos prisionais de Portugal, na sequência da fuga de sábado.
“Mandatei a Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça para dar início urgente a uma auditoria aos sistemas de segurança de todos os 49 estabelecimentos prisionais do país. Temos de ter confiança nos equipamentos, nos sistemas de segurança e de vigilância”, afirmou Rita Alarcão Júdice em conferência de imprensa.
Segundo a governante, a inspeção-geral “compromete-se a entregar o resultado dessa auditoria até ao final do ano”.
Além dessa, a ministra avançou que determinou uma segunda auditoria de gestão ao sistema prisional para avaliar a organização e afetação de recursos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e de todos os estabelecimentos prisionais do país.
“Esta auditoria, necessariamente mais demorada, vai ajudar-nos na tomada de decisões para uma melhor utilização de recursos e para efetuarmos as mudanças que se imponham”, adiantou a ministra.
Rita Alarcão Júdice referiu ainda que aguarda o desfecho de outras investigações em curso e do processo de auditoria que está a ser levado a cabo pelo serviço de auditoria e inspeção da DGRSP, cujo trabalho deverá estar concluído dentro de um mês.
“Não hesitarei em dar impulso aos processos disciplinares ou penais que se revelem necessários”, garantiu.