Ministra cita investimento sem precedentes na preservação do patrimônio em Portugal

Da Redação com Lusa

A ministra portuguesa da Cultura, Graça Fonseca, declarou que está a ser feito um investimento sem precedentes na preservação do patrimônio e que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) vai permitir responder a intervenções há muito reclamadas.

“O investimento que está a ser feito no edificado não tem precedentes”, afirmou Graça Fonseca em Alcobaça, sublinhando a importância das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência para avançar com intervenções “há muito reclamadas” em todo o país.

A ministra falava no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, no distrito de Leiria, onde presidiu à assinatura de um contrato de cooperação no valor de 4,4 milhões de euros, considerado “um exemplo” de como o PRR “significa, de facto, uma oportunidade muito importante de poder fazer as intervenções em espaços como este mosteiro, que há muitos anos são identificadas”.

À margem da cerimônia, Graça Fonseca afirmou que os contratos celebrados ao abrigo do PRR permitem ao Governo “investir de forma estruturada no patrimônio”, considerando “fundamental que o país invista na reabilitação, na conservação deste patrimônio, que é o que melhor nos diferencia” e que “faz de Portugal um país único”.

Realçando que PRR significa “um instrumento financeiro para apoiar o relançamento econômico e social”, a ministra vincou o facto de o investimento na área cultural fazer do patrimônio “um eixo do modelo de desenvolvimento econômico que queremos”.

O contrato de cooperação assinado em Alcobaça vai permitir avançar com uma intervenção com início previsto para o terceiro trimestre de 2023 e que deverá ficar terminada no fim de 2024.

A verba de 4,4 milhões de euros é destinada à reabilitação da zona superior do antigo Paço Baçal, a ala norte do cardeal, a requalificação de espaços exteriores, do claustro D. Diniz e do Jardim do Obelisco, e também à reabilitação do auditório e à instalação de rede wifi.

O contrato entre o Ministério da Cultura, através da Direção Geral do Patrimônio Cultural e do Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais, e o município da Batalha prevê um investimento global de cerca de 1,8 milhões de euros no Mosteiro de Santa Maria da Vitória.

Este foi o segundo contrato assinado hoje, depois de durante a manhã ter sido realizada no Mosteiro da Batalha a contratualização de um investimento de 1,8 milhões de euros.

A intervenção contemplará a conservação de fachadas, a reabilitação das coberturas da Sala do Capítulo, a instalação de um sistema de climatização no auditório, a revisão do sistema elétrico e de equipamentos de segurança, assim como a requalificação do jardim do Claustro, e a instalação de rede wifi.

A obra deverá iniciar-se no segundo trimestre de 2023 e estar concluída no final de 2024.

Os dois contratos foram assinados no âmbito do PRR que destina à área da Cultura um montante global de 243 milhões de euros.

Destes, 150 milhões são destinados “à valorização, salvaguarda e dinamização do Patrimônio Cultural”, e 93 milhões de euros afetos à “Transição Digital das Redes Culturais para a modernização tecnológica e digitalização de artes, literatura e patrimônio”, segundo o Ministério da Cultura.

Em dezembro

As comemorações dos 20 anos da classificação do Douro Patrimônio Mundial da UNESCO arrancam a 14 de dezembro, prolongam-se por um ano e incluem a estreia de uma ópera e um prêmio de boas práticas de viticultura.

O programa das comemorações é apresentado na terça-feira, no Peso da Régua, distrito de Vila Real, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), responsável pela gestão e salvaguarda do Douro Patrimônio Mundial.

O Alto Douro Vinhateiro Douro (ADV) é paisagem cultural evolutiva e viva da UNESCO desde 14 de dezembro de 2001.

E 14 de dezembro foi precisamente o dia escolhido para o arranque das comemorações, com uma cerimônia evocativa do Douro Patrimônio Mundial da Humanidade, com comemorações estendidas pelo ano de 2022.

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