Ministério da Saúde libera R$ 4 milhões para atender moradores de Brumadinho

Da Redação
Com EBC

O governo brasileiro, através do Ministério da Saúde (MS) anunciou a liberação de R$ 4 milhões para custear ações assistenciais para os moradores de 18 cidades afetadas pelo rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais.

Segundo a pasta, os recursos serão destinados a assistência psicológica à população e aos profissionais que participam dos trabalhos de resgate das vítimas, bem como para ações de monitoramento da qualidade da água e do solo, com o propósito de prevenir doenças.

Entre as principais preocupações das autoridades em saúde estão os consequentes casos de ansiedade e depressão decorrentes do estresse pós-traumático – seja por vivência direta do desastre, seja pela perda de amigos e parentes.

De acordo com o ministério, em Brumadinho dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e três Equipes Multiprofissionais de Atenção Especializada em Saúde Mental já foram habilitados, e mais dois Núcleos Ampliados da Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB) ainda serão credenciados. No total, a cidade receberá R$ 1,65 milhão.

O ministério promete liberar os R$ 2,3 milhões restantes para Brumadinho e mais 17 cidades atingidas pelo desastre investirem em ações de vigilância, como prevenção e controle de epidemias e doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Essa quantia será distribuída entre Betim, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Fortuna de Minas, Igarapé, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompéu, São Joaquim de Bicas e São José da Varginha, além de Brumadinho.

A pasta ainda se comprometeu a acompanhar pelos próximos 20 anos o quadro de saúde de cerca de mil profissionais que participam dos resgates e buscas (Bombeiros, Força Nacional de Segurança, Defesa Civil, Ibama e outros) e das vítimas do rompimento da barragem. A ação terá a colaboração de pesquisadores de instituições como a Fiocruz, as universidades Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ) e a organização Médicos Sem Fronteiras. Se necessário, outras instituições referenciadas também poderão ser envolvidas.

Reativar economia turística 

Em visita à região mineira afetada por desastre, também o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, anunciou dia 16, o aporte de R$ 62 milhões do Fundo Geral de Turismo (Fungetur) ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Ele foi recebido pelo tenente-Coronel Flávio Godinho, da coordenadoria estadual de Defesa Civil, que apresentou ao ministro as salas de sistema de comando e controle. Marcelo Antônio também fez um sobrevoo pela área atingida, onde mais de 300 pessoas trabalham nas operações.

“O momento é de luto e consternação, mas nós do governo federal estamos com corações, olhos e canetas voltados para o auxílio a toda comunidade atingida. Precisamos agir agora e evitar que as circunstâncias aprofundem ainda mais as feridas dessa tragédia. O Turismo vai devolver esperança à cidade”, emocionou-se o mineiro.

O crédito de R$ 62 milhões – com condições especiais como prazos de pagamento ampliados e encargos reduzidos – será disponibilizado para os prestadores de serviços turísticos cadastrados regularmente no Cadastur, o cadastro nacional do setor, em toda a região. Técnicos do MTur fizeram um mapeamento e identificaram 7,2 mil empresários aptos a receber os recursos, voltados especialmente para microempresas. São meios de hospedagem, agências de viagem, locadoras de veículos e transportadoras turísticas que poderão impulsionar projetos de infraestrutura turística e/ou compra de máquinas e equipamentos.

O objetivo do Ministério do Turismo, segundo o titular da Pasta, é criar uma linha de crédito extraordinária, barateando ainda mais o custo do financiamento para o setor, para reativar a atividade econômica local e dar esperança à retomada da vida na região. A medida oferece atenção emergencial após o desastre da barragem de Córrego do Feijão.

Durante a visita, Marcelo Antônio defendeu o Turismo como fonte de receita e motor local de geração de empregos, reduzindo a dependência econômica regional do setor de mineração. “Vamos trabalhar para que os municípios que já desenvolvem o turismo como alternativa econômica – Brumadinho, Ibirité e Mário Campos, bem como a capital Belo Horizonte – possam estruturar serviços e usar o turismo como modelo de recuperação econômica”, afirmou, ressaltando o Turismo como setor fundamental para reverter situações de crise.

O ministro também anunciou a construção do memorial em homenagem às vítimas da tragédia. “Esse crime não pode ser esquecido. A lama não vai encobrir ou apagar a história. Memoriais evitam que novos crimes semelhantes ocorram, porque não nos deixam esquecer tamanha dor”, disse.

O secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Turismo do MTur, Aluizer Malab, colocou as equipes técnicas da Pasta à disposição para apoiar a formatação de projetos que qualifiquem o turismo local.

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