“Minha intenção é atrair investidores de Portugal para Roraima” diz governador

Mundo Lusíada

No último fim de semana, o governador Antonio Denarium recebeu, no Palácio Senador Hélio Campos, o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, a embaixatriz Maria Cristina Ramos e a vice-cônsul de Portugal, Maria Fernanda Pinheiro, além de representantes da comunidade portuguesa na Região Norte.

O objetivo do encontro foi fazer uma integração entre Roraima e Portugal, segundo governo local. O diplomata conheceu o cenário de trabalho desenvolvido pelo governador, além das potencialidades do Estado dentro da proposta de crescimento econômico.

“Neste sábado, recebemos o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Ramos, a embaixatriz e a vice-cônsul. Momento muito importante, porque, junto com a comunidade portuguesa em Roraima, estamos fazendo um trabalho de integração com Portugal. Mostramos para o embaixador as potencialidades do Estado para que a gente possa estabelecer uma relação comercial. Minha intenção é atrair investidores de Portugal para Roraima, que é um Estado muito acolhedor. Os portugueses são muito bem-vindos”, disse Antonio.

O secretário de Planejamento, Emerson Baú, fez uma exposição sobre as potencialidades do Estado e as políticas de desenvolvimento adotadas pela atual gestão.

Durante a apresentação, citou as políticas públicas de segurança jurídica, voltadas para a regularização fundiária, entrega de títulos rurais e urbanos; e a segurança energética por meio de energia limpa e eficiente, fato que chamou a atenção do embaixador.

A comitiva conheceu ainda outras ações do Governo, como o programa de recuperação de estradas vicinais e pontes. Políticas públicas de conscientização e preservação ambiental. Na economia, atração de investidores, com a finalidade de ampliar a produção agropecuária e, consequentemente, a exportação dos produtos.

O secretário também enfatizou a posição geográfica de Roraima, que possibilita efetivamente a melhor logística de exportação do Brasil, em razão da proximidade com os países do Hemisfério Norte.

O embaixador falou sobre a visita e a impressão que leva sobre o Estado após a reunião com o governador. “É um grande prazer estar aqui em Roraima. É a minha primeira visita de trabalho ao Estado enquanto embaixador de Portugal no Brasil. Tive uma conversa muitíssimo interessante com o governador Antonio Denarium. Tive oportunidade de me informar sobre as ações determinantes do Governo do Estado, no sentido de criar condições de atratividade tanto para o investimento estrangeiro quanto de outras regiões do Brasil”, disse Luís Faro.

Ele acrescentou que pretende aprofundar o diálogo para o desenvolvimento das relações entre Roraima e Portugal. “Fiquei muito bem impressionado e tenho certeza de que, depois desta nossa reunião e dessa apresentação muito estruturada, vamos tentar aprofundar nossas relações econômicas e comerciais, porque digo sempre nas minhas colocações que o Brasil é composto de muitos Brasis, e o Estado de Roraima é um desses Brasis, onde há muito potencial e espero que no futuro possamos desenvolver melhor as nossas relações”, destacou.

Universidade

Na Universidade Federal de Roraima (UFRR), o embaixador português esteve também com a vice-cônsul de Portugal em Belém, quando assistiram a apresentação do projeto “Forte de São Joaquim”, feita pelo professor Alcir Gursen de Miranda, seguida de considerações do embaixador e do reitor Geraldo Ticianeli e vice-reitor Silvestre da Nóbrega.

A apresentação da diretoria das Comunidades Portuguesas no Norte do Brasil abordou o potencial turístico das ruínas do Forte São Joaquim. As atividades foram realizadas no Salão Nobre da instituição.

Também uma reunião no Gabinete do Reitor, com a participação do embaixador, do reitor, do vice-reitor e do pro-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, professor Marcos Vital, iniciou as tratativas de ações de cooperação da UFRR com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua Portuguesa e com universidades de Portugal.

O Instituto Camões promove externamente a língua e cultura portuguesas, estabelecendo programas de apoio em universidades estrangeiras. Entre as ações, se destaca a Cátedra Camões que visa assegurar a investigação e o ensino em múltiplas áreas disciplinares e multidisciplinares, nomeadamente as de Linguística, Literatura e outras Artes, História e Estudos Pós-coloniais, de forma a revelar o estatuto do português enquanto língua de ciência e de cultura.

Nos próximos dias, a UFRR deverá encaminhar a Embaixada de Portugal a lista de áreas de interesse institucional para que uma agenda de ações seja construída conjuntamente.

Comenda

Durante a visita, em que também ocorreu o 4° Encontro das Comunidades Portuguesas do Norte do Brasil, o Embaixador de Portugal, a Vice-Cônsul de Portugal em Belém e o Governador de Roraima receberam da Comunidade Portuguesa Forte São Joaquim os títulos de sócios honorários.

Também fez parte da noite do IV Encontro das Comunidades, no sábado (2), a entrega da Comenda Orgulho de Roraima pela Assembleia Legislativa de Roraima.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (PCdoB) entregou a honraria ao embaixador Ramos. “É uma satisfação e um reconhecimento entregar essa comenda a uma importante comunidade que veio a Roraima no início do século 16 fazendo com que esse nosso pedaço fizesse parte do Brasil”, enfatizou Sampaio.

A Comenda Orgulho de Roraima foi aprovada pela Assembleia Legislativa no último dia 28 de setembro destinada à Comunidade Portuguesa Forte São Joaquim. Esta é a primeira vez que o evento IV Encontro das Comunidade Portuguesas do Norte do Brasil é realizado em Roraima.

Forte

Entre as visita do embaixador, esteve o local do Forte São Joaquim de Rio Branco, construído no ano de 1775, estrategicamente na confluência dos Rios Uraricoera e Tacutu, precisamente onde nasce o Rio Branco, para garantir a posse desta terra para a Coroa Portuguesa, que na época tinha a sua soberania ameaçada pelas incursões espanholas, holandesas e inglesas na região.

Esta tarefa ficou a cargo do engenheiro Phillip Sturm, que optou por construí-lo na margem esquerda do Rio Branco, dando ampla visibilidade da confluência. Mesmo sem indícios de que tenha entrado em combate, este forte representou uma barreira ideológica de defesa,  além de ter sido sede administrativa portuguesa para os interesses locais. Ao lado das Ruínas do Forte São Joaquim existia a vila de São Felipe, onde eram aldeados índios de diversas etnias.

O Forte São Joaquim permitiu a ocupação efetiva do vale do Rio Branco. A sua construção foi um marco histórico para o povoamento do extremo norte do Brasil. Seu terceiro comandante, o Capitão Inácio de Magalhães foi o fundador da fazenda Boa Vista, que deu origem a Capital do estado.

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