Da Redação
Nos próximos dias 8 a 11 de outubro, a cidade mineira de Diamantina será palco de um encontro de especialistas em história do Brasil e Portugal, durante o 3º Festival de História (fHist).
Com mais de 300 anos de existência, Diamantina é Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1999. Um evento semelhante ocorreu este ano em Braga, uma das mais antigas cidades portuguesas, hoje a terceira maior do país.
O Festival de História em Diamantina é bianual. Desta vez, contará com a participação do mineiro José Murilo de Carvalho, doutor em Ciência Política pela Universidade de Stanford (EUA), que, acompanhado de Marcello Basile, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), irá discorrer sobre os panfletos na época da Independência do Brasil. O baiano João José Reis, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), com doutoramento em História pela Universidade de Minnesota (EUA), abordará a resistência dos negros à escravidão no período colonial brasileiro, incluindo a Revolta dos Malês, em 1835, de escravos de origem islâmica.
O festival inclui ainda painéis, com a presença, entre outros, da arquiteta e urbanista Jurema Machado, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN); de Marcelo Zelic, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/SP; e da educadora Macaé Evaristo, secretária de Educação de Minas Gerais.
O jornalista, escritor e ex-ministro Franklin Martins fará, durante a abertura oficial do evento, no dia 8 de outubro, na Tenda da História, a conferência “As canções que você fez pra mim”. O tema é resultado de pesquisas, ao longo de 18 anos, sobre a influência da política na música popular brasileira.
No plano internacional, o Festival de História contará com pesquisadores de renome, como os portugueses Antônio Costa Pinto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e Miguel Sopas de Melo Bandeira, doutor em Geografia Humana pelas Universidades de Coimbra e do Minho.
Programação cultural
O 3º fHist ocorrerá em Diamantina em plena Festa da Igreja do Rosário dos Homens Pretos, que incorpora intensa e tradicional programação cultural e religiosa. Haverá missa quilombola e, no dia 11 de outubro, um cortejo pelas ruas da cidade.
Já o Festival de História promoverá atividades culturais como lançamento de livros, exposições e apresentações musicais. Uma das atrações será o Grupo Conexão African Beat. Liderado pelo compositor e instrumentista senegalês Mamour BA, o grupo tem percussão que resgata ritmos africanos do século XII. O som permite uma fusão com o pop, o jazz, o clássico, o eletrônico e a música de raiz.
Além das festas populares, da comida, da música e hospitalidade mineiras, o público poderá apreciar uma cidade única em termos arquitetônicos, artísticos e culturais. São mais de 1,2 mil construções dos séculos 18 e 19, como as igrejas barrocas, de São Francisco de Assis e a de Nossa Senhora do Carmo. Diamantina ainda é conhecida por suas serestas, apreciadas pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, que nasceu na cidade.
A previsão é de que o 3º fHist atraia um público diversificado, entre estudantes, professores, pesquisadores e outros interessados em cultura e história.
Com inscrições abertas no portal www.festivaldehistoria.com.br (meia a R$ 50,00 e inteira a R$ 100,00), o festival oferecerá gratuitamente oficinas de história, monitoradas por especialistas. As oficinas serão realizadas na Casa de Chica da Silva.
O Festival de História é organizado pelas empresas Stratégia e Nota Comunicação, com as parcerias do Ministério da Cultura, do Ministério da Educação, da Câmara Municipal de Braga, da Prefeitura de Diamantina, do IPHAN, da Universidade do Minho e da UFMG. O Festival tem ainda o apoio da Fundação SM, da Hplus Hotelaria, da Editora Ática, da Caixa, da Cemig e do Governo de Minas Gerais e patrocínio do BNDES.
Serviço:
3º fHist – Festival de História
8 a 11 de outubro de 2015
Diamantina – Minas Gerais
Inscrições: www.festivaldehistoria.com.br
