Milhares de jovens de volta às ruas de Lisboa em defesa do planeta

Estudantes portugueses associados ao movimento #Schoolstrike4climate#, exibem uma faixa onde se lê "A Terra Esgotou A sua Paciência - E Nós Também" durante manifestação para exigir que a crise climática seja uma prioridade governamental, em Lisboa, 15 de março de 2019. Nascido na sequência da intervenção de uma jovem sueca, Greta Thunberg, que protestou a partir de agosto em frente ao parlamento com o cartaz em que se lia “School Strike for Climate”, o movimento desencadeou manifestações em vários pontos do globo, chegando agora o apelo para um dia de ação global. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Da Redação
Com Lusa

Milhares de ativistas, na maioria jovens, foram às ruas de Lisboa para protestar e exigir medidas do governo que protejam o planeta, sublinhando que já se sabe quais são “as soluções, mas faltam as ações”.

Os manifestantes em Lisboa associam-se a mais uma Greve Climática Global em defesa do planeta, que se está a realizar em cidades de todo o mundo nesta sexta-feira.

São quase todos jovens e vêm de escolas, desde o ensino básico ao superior, mas também há ativistas mais velhos, como Deolinda Peralta.

Aos 67 anos, Deolinda voltou a trocar o conforto de sua casa pelas ruas de Lisboa para exigir medidas, trazendo nas costas um gigantesco pano branco com uma mensagem: “Temos as soluções. Faltam as ações”.

A mensagem não é de sua autoria. “Foi na escola da minha neta que inventaram”, contou à Lusa, lamentando que a neta, aluna do 8.º ano, não tenha participado no protesto de hoje.

“As escolas deviam estar na linha da frente, mas não estão. São alguns alunos que se colocam à frente das escolas. Mas muitos têm medo de faltar as aulas”, disse, considerando que o problema que hoje se discute nas ruas é muito mais importante que qualquer aula de aritmética.

A manifestação de hoje é a quarta que se realiza em Portugal e é a que tem menos participantes em Lisboa.

Mas para a organização esse não parece ser um problema. Beatriz Farelo, uma jovem de 20 anos que está a fazer Erasmus na República Checa, esteve a organizar do protesto de hoje por videochamada. Antecipou a viagem de regresso a casa para poder estar presente e contou à Lusa que a grande missão de hoje é conseguir mobilizar gente para a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP25), que começa na segunda-feira em Madrid.

No entanto deixou o apelo: “Não fiquem em casa!”.

Quem nunca falha são os movimentos ambientalistas. A Lusa falou com ativistas do movimento A TERRA, que nasceu no ano passado para contestar a construção do aeroporto do Montijo.

Foi precisamente nessa altura que a ambientalista Anne Faucnet trocou França por Portugal. Desde então vive em Lisboa e participa em todos os protestos.

Hoje não foi exceção e trouxe Yaku, o seu “cão ativista”. Ambos traziam uma camiseta com um avião e um sinal de proibido por cima. Anne diz que irá sair à rua todas as vezes que forem precisas até saber que conseguiram passar a sua mensagem: Não à construção de um novo aeroporto e à destruição da biodiversidade.

Os manifestantes vão terminar o protesto em frente ao parlamento.

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