Merkel confirma passaporte de vacinação europeu “até ao verão”

Da Redação
Com Lusa

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou nesta quinta-feira que os parceiros europeus vão instaurar “para o verão” um passaporte de vacinação do novo coronavírus que poderá tornar “possíveis” as viagens no interior do espaço da UE.

Em conferência de imprensa que se seguiu à reunião virtual de líderes da União Europeia (UE), a chanceler explicou que todos os países da União estão de acordo com o desenvolvimento de um sistema que permita compatibilizar os diversos passaportes de vacinação que estão a ser elaborados pelos 27 Estados-membros.

A Comissão Europeia (CE) possui agora três meses para definir as condições técnicas deste sistema, e os líderes admitem que esteja operativo “nos próximos meses” e “para o verão”, segundo a chanceler.

A dirigente alemã também advertiu que poderão ser necessárias campanhas de vacinação anuais semelhantes às da gripe, para controlar a pandemia, e devido às mutações do novo coronavírus.

“Devido às mutações talvez tenhamos de estar muitos anos numa situação de ter de vacinar uma e outra vez [contra o novo coronavírus], como conhecemos com a gripe”, assegurou nas suas declarações.

Vacinas

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu na videoconferência de líderes da UE, a aceleração da vacinação e a partilha de vacinas, “em especial com África”.

“No primeiro dia do Conselho Europeu, sublinhei a importância de, a par da recuperação, acelerar a vacinação. Os contratos de distribuição de vacinas devem ser cumpridos e necessitamos de reforçar a capacidade de produção, distribuição e autorização de vacinas na UE”, indicou, na sua conta oficial na rede social Twitter sobre a cimeira.

O chefe de Governo e presidente em exercício do Conselho da União Europeia neste primeiro semestre do ano, acrescentou que, “ao mesmo tempo, a solidariedade internacional na partilha de vacinas, em especial com África é essencial” para que seja possível erradicar o vírus.

Por fim, António Costa considerou também “vital assegurar o regular funcionamento do mercado interno, através de uma ação coordenada nas fronteiras e garantindo corredores verdes e os direitos dos trabalhadores transfronteiriços”.

O primeiro-ministro, que apenas prestará declarações à imprensa no segundo dia de trabalhos do Conselho Europeu – uma cimeira virtual dedicada a temas de política de segurança e defesa, e à vizinhança a sul –, participou na reunião de líderes desde o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, ‘quartel-general’ da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Nas conclusões hoje adotadas pelos líderes da UE relativamente à pandemia da covid-19, os 27 assumem que “a situação epidemiológica continua a ser grave e as novas variantes representam desafios adicionais”, pelo que é necessário “manter restrições rigorosas, intensificando simultaneamente os esforços para acelerar o fornecimento de vacinas”.

“A vacinação já está em marcha em todos os Estados¬ Membros e, graças à nossa estratégia para as vacinas, todos têm acesso às vacinas. Apesar disso, temos de acelerar urgentemente a autorização, a produção e a distribuição de vacinas, bem como a vacinação. Precisamos também de reforçar a nossa capacidade de vigilância e deteção a fim de identificar as variantes o mais cedo possível, de modo a controlar a sua propagação”, lê-se nas conclusões adotadas.

O Conselho Europeu diz então apoiar “os esforços adicionais por parte da Comissão para trabalhar com a indústria e os Estados¬ Membros no sentido de aumentar a atual capacidade de produção de vacinas, bem como de adaptar as vacinas às novas variantes, consoante necessário”.

“Apoiamos igualmente os esforços que a Comissão tem vindo a desenvolver no sentido de acelerar a disponibilidade de matérias¬ primas, facilitar a celebração de acordos entre fabricantes em todas as cadeias de abastecimento, examinar as instalações existentes para ajudar a aumentar a produção na UE e reforçar os esforços em matéria de investigação e desenvolvimento”, acrescentam os líderes.

Os 27 também reafirmam a sua “solidariedade para com os países terceiros” e dizem-se “empenhados em melhorar o acesso dos grupos prioritários a vacinas”, nos países vizinhos e não só.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.498.003 mortos no mundo, resultantes de mais de 112,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.185 pessoas dos 801.746 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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