Portugueses e Luso-descendentes,
Este ano, as Comemorações do dia 10 de junho têm lugar na cidade da Guarda.
Cidade fortaleza e bastião da fronteira portuguesa, a Guarda desempenhou, desde os alvores da nacionalidade, um papel fundamental na consolidação da nossa independência e na preservação da integridade do território nacional. A cidade da Guarda é, por isso, símbolo maior da vontade indomável dos Portugueses de permanecerem um povo livre e independente.
O 10 de junho é o dia em que celebramos Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas. É também neste dia que, com a grande família dos Portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro, refletimos em conjunto sobre o nosso passado comum e os desafios que o futuro nos reserva.
Dirijo-me, pois, muito calorosamente, à Diáspora Portuguesa e aos Luso-descendentes, àqueles que são nossos embaixadores por excelência nos países onde vivem e trabalham.
O vosso exemplo, a vossa determinação e a forma como representam o nosso País são motivo de orgulho e de esperança para Portugal.
Este ano, celebramos os 40 anos do 25 de abril. Aproveitei a data para promover uma reflexão sobre o aprofundamento da cidadania democrática, a cultura do compromisso e a importância do conhecimento e da inovação para o desenvolvimento económico e social do nosso país. Estes são temas que convocam as aspirações e os ideais mais profundos do 25 de abril.
Os Portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro têm, também eles, o dever cívico de projetar no futuro as ambições desse abril de 1974 e de manter vivo este legado da nossa história coletiva.
Percorremos juntos um longo caminho para construir um Portugal livre e democrático, um país mais desenvolvido, com padrões e expectativas semelhantes às dos restantes Estados da União Europeia.
Apesar do caminho que fizemos, continuamos insatisfeitos. É saudável que assim seja. É sinal de que não nos resignamos, que ambicionamos viver num país melhor. Num país que atraia o regresso dos que partiram e onde os nossos filhos e netos possam usufruir de maiores níveis de bem-estar.
Nas minhas visitas ao estrangeiro, tenho encontrado Portugueses notáveis. Empreendedores, artistas, empresários, gestores e cientistas altamente qualificados.
Visitei Comunidades de Portugueses e Luso-descendentes com uma extraordinária vitalidade, que gozam de grande prestígio junto dos países de acolhimento.
Milhares de Portugueses, apesar de viverem longe, querem cultivar e reforçar os laços com a sua terra de origem.
Com elevado espírito de patriotismo, as Comunidades Portuguesas no estrangeiro têm-me transmitido, em múltiplas ocasiões, o seu interesse em contribuir para o desenvolvimento do País.
É esse, precisamente, o apelo que vos dirijo.
Neste dia, que é também vosso, para todos e para as vossas famílias, os meus votos de sucessos profissionais e pessoais.
Bem-hajam pelo muito que fazem pelo nosso e vosso País. Portugal agradece.
Por Aníbal Cavaco Silva