Da Redação
Com Lusa
A ligação fluvial entre Cacilhas, em Almada, e o Cais do Sodré, em Lisboa, se encontra suspensa devido ao agravamento das condições atmosféricas, anunciou a Transtejo/Soflusa nesta quinta-feira.
“As condições atmosféricas não melhoraram, pelo contrário, agravaram-se neste espaço de tempo e tivemos que suspender também a ligação de Cacilhas”, em Almada, no distrito de Setúbal, adiantou fonte da empresa à agência Lusa.
Devido ao mau tempo em Portugal, as restantes ligações fluviais entre a Península de Setúbal e Lisboa já se encontram encerradas desde cerca das 16h00.
Segundo a Transtejo/Soflusa, o transporte fluvial apenas será retomado quando “se verificar uma melhoria das condições atmosféricas que permitam retomar a operação em segurança”.
“De momento, não é possível prever a retoma do serviço”, diz a empresa. A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão a Lisboa, enquanto a Soflusa garante a travessia entre o Barreiro e o Terreiro do Paço (Lisboa).
Ponte 25 Abril
A circulação de veículos pesados de mercadorias com lona e de ciclomotores foi interditada pelas 18:00 desta quinta-feira na Ponte 25 de Abril, enquanto a circulação ferroviária se faz de forma alternada, informou a Proteção Civil.
“Está interditada a circulação de veículos pesados de mercadorias com lona, assim como ciclomotores na Ponte 25 de Abril [que liga Lisboa a Almada, no distrito de Setúbal]”, afirmou à Lusa o comandante Rui Laranjeira, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Segundo o comandante, “a circulação ferroviária processa-se de forma alternada”, com um comboio de cada vez.
Rui Laranjeira referiu ainda que, de acordo com a Lusoponte, as pontes 25 de Abril e Vasco da Gama “estão com restrições às velocidades máximas de circulação”.
Mau tempo em Portugal
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou sob aviso vermelho nove distritos – Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro, Coimbra, Braga, Porto, Vila Real e Viana do Castelo – em diferentes períodos do dia, devido à previsão de chuva forte e rajadas de vento superiores a 100 quilômetros por hora.
O telhado de uma casa que voou em Ponte, Guimarães, e postes de eletricidade que envergaram com a força do vento em Joane, Famalicão, são algumas das principais consequências do mau tempo registadas também no distrito de Braga.
Segundo fontes dos bombeiros, há ainda registro da cobertura de um armazém que foi arrancada pelo vento em Apúlia, Esposende, e que acabou por ir parar ao cemitério local, danificando jazigos e sepulturas.
A vila de Joane, em Famalicão, ficou durante horas às escuras, depois de o vento ter literalmente vergado alguns postes de média tensão.
Em Arentim, Braga, as placas da cobertura do salão paroquial também não resistiram, tendo sido arrancadas pelo vento.
Em Vila Verde, há registro de duas casas atingidas por árvores de grande porte que também não resistiram à força do vento.
De resto, a queda de árvores constitui, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), o “grosso” das ocorrências.
Só entre as 00:00 e as 09:00 de hoje, aquele CDOS tinha registado 218 ocorrências relacionadas com o mau tempo, entre as quais 172 quedas de árvores.
Ao longo do dia, já se registaram “mais algumas dezenas” de quedas de árvores. A partir do início da tarde, começaram a prevalecer as inundações, resultantes da precipitação intensa.
Em Braga, algumas das inundações registaram-se no parque de estacionamento do centro comercial Braga Parque e em alguns viadutos, designadamente na variante da cidade.
No Montijo, a queda de uma árvore acabou com uma primeira vítima mortal, um homem de 50 anos que conduzia um caminhão.
Também no Alentejo, quedas de árvores e estruturas, inundações, deslizamentos de terras e danos em redes elétricas são os principais problemas registrados hoje.
Depressão
Portugal será afetado no sábado por uma nova depressão, denominada Fabien, mas os níveis de precipitação e de vento serão inferiores aos registrados durante essa quinta-feira, segundo o IPMA.
Fonte do IPMA Lusa que a situação de vento muito forte ainda tem tendência para se agravar um pouco, principalmente na região sul, até cerca da meia-noite de hoje devido à depressão Elsa, começando depois “a diminuir gradualmente de intensidade” durante a madrugada” de sexta-feira.
De acordo com o IPMA, o estado do tempo vai melhorar na sexta-feira, embora permaneça o vento e chuva forte na região sul, voltando novamente a sofrer um agravamento no sábado.