Mau tempo leva a mais de 2 mil ocorrências até às 17 horas em Portugal

Mau tempo na Costa de Caparica em Almada, 19 de outubro de 2023. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que a depressão Aline “irá atravessar o Atlântico em fase de cavamento, aproximando-se da região centro da costa ocidental de Portugal na manhã do dia 19, em deslocamento rápido para leste e transportando uma massa de ar muito quente, úmido e instável”. CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

Da Redação com Lusa

A Proteção Civil registrou, entre as 00:00 e as 17:00 deste dia 19, 2.203 ocorrências relacionadas com o mau tempo em Portugal continental, com um abrandamento da intensidade nas últimas horas na região de Lisboa, sem registro de vítimas.

O comandante Elísio Pereira, oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), disse à Lusa que desde o início do dia até às 17:00 registraram-se 2.203 ocorrências, das quais 1.022 na região de Lisboa e Vale do Tejo, a mais afetada pela passagem da depressão Aline.

No mesmo período, foram registadas 380 ocorrências na região Centro e 318 na região Norte, com “tendência para abrandar”, pois “verifica-se uma diminuição do número de ocorrências”, relacionadas principalmente com “inundações, limpeza de vias e quedas de árvores”, explicou.

“Não temos informação de qualquer registro vítimas”, afirmou Elísio Pereira.

“Das 12:00 às 13:30 houve um avolumar de ocorrências, depois elas têm aumentado, mas já com uma percentagem menor do que foi sentido à hora do almoço, que foi quando caiu a maior precipitação”, acrescentou.

No anterior balanço, até às 13:30, a ANEPC tinha registado 1.214 ocorrências relacionadas com o mau tempo no continente, sendo que a região de Lisboa e Vale do Tejo era a zona mais afetada, com 519 ocorrências.

“Das 12:00 até às 13:30 a área mais afetada foi efetivamente Lisboa, sendo que a Grande Lisboa contabilizou 155 ocorrências, seguida do distrito de Setúbal com 67 ocorrências”, disse Elísio Pereira.

Estas ocorrências são essencialmente inundações, seja de vias, de entradas para garagens, caves ou lojas, limpezas de via para repor a normalidade, quedas de estruturas e também quedas de árvores com um número expressivo, sem causar vítimas.

O comandante nacional da ANEPC, André Fernandes, indicou pelas 09:30 que se registaram 955 ocorrências desde as 00:00, sendo que 90% se concentraram nas áreas metropolitanas de Porto e Lisboa.

Todos os distritos de Portugal continental estão desde as 06:00 de hoje sob aviso laranja devido à chuva, vento e agitação marítima fortes.

O IPMA prevê para hoje, com a passagem da depressão Aline, vento de sudoeste, tornando-se gradualmente forte nas regiões Centro e Sul desde o início da manhã, com rajadas que podem atingir os 110 quilômetros por hora (km/h), em especial no litoral a sul do Cabo Mondego e incluindo a costa sul do Algarve, e nas serras destas regiões.

O IPMA indica que localmente poderão ocorrer rajadas pontualmente superiores aos 110 km/h, bem como fenômenos extremos de vento.

Quanto à chuva, o IPMA já previa que se estendesse a todo o território a partir da madrugada, com início nas regiões do Norte e Centro, aumentando de frequência e intensidade.

Em Coimbra, uma escola básica da cidade foi hoje fechada por precaução na sequência de uma inundação provocada pelo mau tempo, obrigando a que mais de 200 alunos tivessem de regressar a casa, revelou fonte da Câmara Municipal.

De acordo com a vereadora da Educação da Câmara Municipal de Coimbra, Ana Cortez Vaz, a Escola Básica (EB) 1 Quinta das Flores foi encerrada depois de se ter registado “uma infiltração que resultou de uma inundação grave”.

“Esteve cá a Proteção Civil e os Bombeiros. A Proteção Civil aconselhou ao encerramento da escola hoje e amanhã [sexta-feira]”, informou.

Em Leiria, a Escola Secundária José Loureiro Botas, em Vieira de Leiria, concelho da Marinha Grande, fechou hoje devido a uma inundação, segundo o presidente da Câmara, adiantando que os cerca de 300 alunos foram para casa.

“A escola fechou, porque choveu no seu interior. A água entrou pelo teto e, por questões de segurança, a escola foi encerrada”, afirmou à agência Lusa Aurélio Ferreira.

Segundo o autarca, “o que aconteceu na escola também ocorreu em parte do edifício do Centro de Saúde”. Ainda na Marinha Grande, os dois túneis (Santos Barosa e Estrada dos Guilhermes) também inundaram, tendo um carro ficado submerso, sem vítimas.

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